Despertar de Vera - haibun


Velha, descansa a máquina de costura empoeirada no canto do quarto. Enquanto sentada na soleira da porta da cozinha, Vera saboreia seu café matinal. Aprecia a fumaça do cigarro desaparecendo suavemente no silêncio do quintal. É o rio a frente, com os peixes a pular de um lado a outro da margem, são os pássaros faceiros acompanhando a correnteza. Já o trabalho deixado para trás, pode ser adiado. Mas o rio passa correndo a  frente... Não espera! Vera dá mais um trago, Vera saboreia mais um gole... Na mente um mergulho!



Despertar d'alma,
Encantada vislumbro;
minha mãe sorri.
* * *

Pesquei parati,
no pensamento d'alma...
A isca? Eu!

* * * 

No rio: peixes,
garça moura. Famintos...
alimentam-se!




Para Vera
rosangela a.

Comentários

Postagens mais visitadas deste blog

Os Despossuídos de Corpos

interno e final

O CONTO DE UM ESPETÁCULO SEM GRAÇA - Roteiro