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Mostrando postagens de abril, 2024

sede

se a palavra faz aquietar a mente, o corpo, o som do palpitar... aquieta também o brado sonoro da boca balbuciar quando nada precisa ser dito? voz... há um grito que aquece quando o dito está nos olhares perdidos que vasam pelo azul da chama, e se atravessam em brasas rosa. @rosaataideart

SSssão

da boca de uma estátua goteja a água tento ver algo de humano nela só vi desespero mudo gritando pelos olhos é um molde de aparência massiva embora rios corram por dentro dela cada gota vira letra palavra indo pelo ralo "a pessoa fala" muitos falam, muitas falas ...um desperdício mas fascina o jardim de viadutos que a emoldura gigante **** piso firme bota tratorada carimbando o chão enfim o Rio... São Paulo é concreta demais é verdade o que dizem... não senti amor talvez esteja concretado naqueles olhos em minha mente o som de Negro Drama se repetia o tempo todo que parei para escutar e ela me liberasse a poesia do Minchoni não me saía das vistas bem SSssão... em casa... minha voz em outras bocas o amor em cada olhar, maresia o mar! é logo ali a falsa camaradagem a boa malandragem Céu tocando no boteco do Alto da Boa Vista "Da varanda suspensa De São Sebastião" ...a Gávea me orienta estou de volta e nem fui tão longe embora quisesse ir a parte alguma **** eu é que s

ser agora

a vida é este ser de agora em que estou me sendo em que você se é e sabemos... andamos aflitos pelos dias não sei você sei, que sou quase que totalmente aquática e isso me exige profundidade e ser profunda causa essa desordem de ser e ser submersa é necessário fôlego para estar sendo é necessário pulmões a todo vapor é que a vida é ser agora então que sou ar e preciso ser e você também precisa enquanto nos for possível os mergulhos nas profundezas ou o sobrevoar a boca de um vulcão ou ainda morrer a cada gozo ou em tudo em que o oxigênio nos falte emergir é necessário ...respiremos rosa a. Imagem: Acehz essa imagem me tirou o ar...

coração de poeta

sempre um povoado desabitado em dia de festa e uma musa que o inspira dentro dos cílios que a contém a devassidão de querer todas as possíveis entre as penas espalhadas pelo sopro da vida mas que voam em dia de brisa dentro de um imenso vazio palpita tão forte que transparece entre a gola da camisa ou o ombro aparente, o pulsar inquietante o meu não foge à regra anda desabitado sei lá, ao mesmo tempo que está cheio meio Gato de Schrödinger um talvez um sempre incógnita um... será¿ inspiro escrevo... "80 bpm" amo o amor, mais que o próprio amar Rosa

nuage

estou dançando no vazio ora escuro ora claro uma dança solo dissipando ao vento num dueto só eu um corpo alí só eu um estado em mim garoa interna tempestade sol, eu irradiando seus raios soul eu sombreando rios e mares nua nua nuage rosa ataíde fotografia: Chivas Regal

a hora mais fresca

na marginalidade da noite há os insaciáveis de palavras... eles aguardam a hora mais fresca carteados, um lance no olhar atrás das cartas e a partida combinada há um pêndulo humano no centro da noite, um ensejo entre os olhos e as copas quem toca-lhe as cordas? quem desata este nó do dorso da figura exposta para as espadas, dos artistas condenados... dos poetas? é necessário mãos ágeis provedoras do conhecimento do fazer e do desfazer - nós e talvez eles se desfaçam com a língua que lambe a corda, até roer mas é necessário... tirar a mordaça, soprar o castelo de cartas, o profundo mirar nos olhos da noite, trazer o poema entre os lábios , o traço forte no grafite o corpo tem dentro a palavra solta que quer sair há um mistério na noite que não chega... e um medo do sol raiar rosangela a. Imagem: Tetsuo

anotações sobre o amor bruto

ou, eu disse que ia ficar roxo o tropeço inevitável do amor é mais sobre quando ficamos ansiosos diante dele e querermos segurá-lo para que ele não se vá e nos diga: - adeus amor! o mundo me espera e preciso correr com ele. e é também sobre quando alguém parte sem deixar um abraço e nossos braços ficam vazios abertos para o nada acho que nesse momento ficamos meio que vagando no espaço que falta e isso causa um pouco de medo e constrangimento... onde está o meu amor? que falta é essa? é tarde para o amor? talvez seja e nos cabe aquela posição fetal uterina das inseguranças o querer voltar a ser feto, a mãe que nos ampara lhes digo isso sobre o ponto de vista de quem já perdeu amores para a vida e para a morte porém ambos são a morte ambos são uma pancada na caixa craniana ambos são um buraco no peito e ao falar de amor aqui nessas linhas não estou limitando o amor aos amores românticos falo de todo amor possível ao amor da amizade que se vai pela vaidade do amor romântico que se esvair

tu tens uma eternidade

a vida, o amor em brevidade em eternidade aqui no Espaço os mesmos Pulsares sempre uma vivência no cansaço que nos prova a capacidade de seguir talvez sejamos um eco no vácuo talvez um nada na imensidão o toque suave que acaricia feito o vento a face ou o alagamento do oceano em todo corpo não importa se mergulha se voa se tens vida de árvore fincada na terra madre amor, vida... se igualam só a morte pode chegar perto mas ao mesmo tempo que difere cadente no Cosmos um sopro que nos arrepia uma lágrima que nos desce riscando uma ferida na alma seja morte da vida seja o amor sepulto é que a vida depende do amor e morrer é processo a morte é ausência sentida dói a saudade dói o que não foi vivido — e o que não foi sentido na vida ou no amor e que de alguma forma se anunciou — é justamente o que não morre ...e só o digo pois poesia é delírio e poeta sente muito além — a febre — a faca — o foco — a fétida chada ardendo aquele que se diz — fera — tu tens então uma eterna possibilidade — tu é

o tato e o poro

  o mais aberto  o mais dado o mais explorador o que mais sente exposta ao lado a catapora mãe  na anca, cicatriz  que arrepia toda extensão da pele ao toque suave do dedo que desbrava  o corpo exposto à meia luz  desliza ainda o tato o entorno esbarrando outros tantos poros  entre cafrios pressiona o que cobiça memorizar  e mais uma vez o toca o experimenta ...e segue caminho ventre à fora ao encontro de onde se perder - a perdição me diga... é sempre necessária ao encontro? que o diga  teu dedo mais atrevido  rosa a.

Amor...

não se dá nome às putas as putas são doadoras do gozo à elas é dado o direito ao anonimato e nem seus nomes de guerra devem ser revelados pois tal ato fazem dela amantes como sei?  fui traída com algumas e nunca soube seus nomes, tamanha a perversidade da traição  nem eu era amada, sequer elas seriam segredo velado? ou caridade dada a quem te traz o ejaculado, pago?  eu devia ter perguntado se fosse uma exigiria o gozado direito de gozar em sua boca... clemente que me fosse dado um nome daria-te meu gozo em face, como um brinde um gif de prazer em caso de cam ligada  como queres que eu goze? em teus dedos no caso de você sentir o meu úmido sexo? em sua língua ao me lamber até que eu convulsione? em teu pau, ao sentir você firme, e tão teso, e tão úmido  pingando o pré gozo? queres saber como gozo? te convenceria o dizer apenas? - gozo assim, gozo deste jeito... sem te olhar nos olhos, numa luta entre pudor e desejo ou queres saber como uma puta goza de verdade ou se eu, sou puta ao me

timelapse - 2021

olhar atenta o dia com suas nuvens, mirar o céu despencando estrelas, o vôo, sem se importar com o pouso. só/ olhar atenta o infinito... a lua sorrindo, a paisagem climática se transformando, a aurora, - o intervalo - a alvorada. tentar captar o som do avião, o canto dos pássaros, o colapsar entre asas e vento, as ondas sonoras se propagando... eu fico tonta só de pensar na explosão de uma supernova, o silenciar de uma anã branca, as nebulosas se formando! porque meus olhos não alcançam nada além do que vejo ...portanto é extremamente limitado. rosangela a.

você sempre fará tolices

algumas, várias, variáveis, variantes, imperceptíveis que duram segundos, um tropeço como o joelho na borda da cama seguido de um palavrão algumas intransponíveis que duram uma vida, como dizer sim quando devia dizer não creio... o tamanho da tolice é o tempo que ela perdura segundos? minutos? uma vida? todas as tolices são inevitáveis... todas são descartáveis e, por isso divago sobre elas, sei bem sobre tropeços hoje mesmo pisei no cadarço que desfiz e cai de cara na tolice e ela não fedia, nem sangrava, apenas causava estranheza e nem diria vergonha, afinal ninguém viu, mas estranhamente ri dela sei, é horrível isso mas tenho esse hábito de rir nas horas que devo chorar e de chorar quando devo chorar e de chorar quando não devo importar é que sou sentimental diante do amor gratuito, do amor apenas, é que ele me faz gargalhar quando devo mesmo que seja sobre coisas tolas o amor é sempre bruto? amanhã, vai ficar roxo essa coisa, rosa a.

little queen

com uma espada na mão coberta com um manto ela se assentou e sentiu as penas sobres sua cabeça, um único olho no meio de seu semblante, a lua sob os pés, o mar a recuar, os amores submersos, o desafetos a peregrinar - nômades na aridez de um deserto tão serena agora! cabeça erguida que parece digna é que lhe ensinaram a não olhar para baixo, e que por mais atrativo que pareça, mergulhos em águas rasas não compensam... que então ela pressente, quase uma vidente ...ao redor os cálices derramam o fel da dor, do bílis após a tequila que lhe rasgava peito, ardia rompia carne, e os olhos encobria de tanto choro e armação pesada antes, enquanto estava nua em qualquer paisagem, se achava essência... mas essência é um caminho longo, para dentro, e para tanto, gastos em análises! ela se olhou por tanto tempo que percebeu a maior nudez é a interna, por isso essa espada que tudo corta adentrou por sua boca numa limpeza que a desorganizou, para que não se distraia do caminhar se caminhar com retidã

Conceito de Favela - Feliz dia das Crianças - 2020

"Na favela o bagulho é louco!" Certo dia, dormia na casa de minha mãe, mal havia tomado o café da manhã e a coroa avistou 2 corpos desovados no terreno baldio ao lado. Um casal malandro! Ela grávida de 8 meses pediu que não fizessem nada a ela, por causa do bebê. Bandido não perdoa não, disse que não faria mal ao bebê e sentou um tiro no meio da testa da mulher. A criança? Viveu por uns dias, mas morreu na UTI. Elas não eram o alvo e sim o marido com dívidas na Boca, mas tava junto, sabe como é? Teve também o D'menor, rapaz tranquilo, trabalhador, devia ter nem 20 anos... Ninguém diria que puxava moto e levava pra favela pro desmanche. O Comando não aceita! Não leve treta pra comunidade não. Aprontou no asfalto, se vira por lá. A maioria dos caras aqui entra pro Comando pra ter conceito sabe? As Minas gostam assim. Os caras entram para agradar uma determinada Mina e depois que estão lá, não falta mulher e a Mina fica sozinha com um filho pra criar. E não adianta botar par

não me tire as palavras

só me tire as palavras se for para me deixar em êxtase e para isso é necessário muita yoga sexo quente talvez uma paleta de aquarela e papel cansou A2 300gr até talvez um olhar atento, olho no olho silêncio rosa ataíde

represa

tenho em mim todas as mulheres do mundo. de certo muito de você que desconheço totalmente. muito de você que me conhece bem, mas que percebe de você em mim apenas um pouco, talvez nada. tenho em mim as mulheres parteiras, as parturientes, as mães, as virgens, a mulher medicina, a bruxa. me diga... sou a diabólica? de certo não sou santa! não acredito nelas. acreditas? sei que sou triste apenas. por isso tenho em mim uma represa que de tanta força, exala um vapor de formar nevoeiro e pouco se vê de consistente, mas o consistente está debaixo de todo disfarce: pó compacto, batom, rímel, base. é que são tantas as mulheres que trago no gene... cada fio de cabelo meu tem milhares delas, cada lágrima vertida é lágrima de muitas, o parto de uma é também o parto de todas, as que você vê por aí, as que virão, as que se foram... nas linhas de minha mão, em meu sexo, em minha íris! todas as mulheres estão contidas no meu corpo e todas nós pairamos no pensar quando a lua se abre gigante sobre a Te

o poema que antecede

o poema que antecede chamo de o poema oco sem significados nada para se vasculhar dentro é tão vazio que me causa engano se estou gestando algo grandioso é no poema que antecede que o revelo assim em suas linhas parcas medíocres, ocas o poema que antecede o poema se revela digno de ser restaurado da lixeira e expõe a beleza e o horror do oco do meu peito rosangela a.

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