Passará como um pássaro assustado na noite mesmo que perdendo-se da revoada. Ainda, passará como o raio que apavora iluminando o céu de chumbo seguindo para lugares afora, galopante à terra prometida. Um mar para que finda esta alma ou enlouqueça em seus delírios. Passará todavia brilhante... Pomba branca iluminada. Será contudo um brilho antes que anoiteça, porém segue um gemido ainda derrotada, ave abatida asas partidas. Mas passará estas ruinas deixadas. Para que viva ainda nela a poesia e ela siga como um rajado noturno por esta bela melodia, este timbre assustador de renúncia e alegria. Passará como uma Fênix que se recompõe das feridas. Passará pássara. Sobrevoando altiva acima da carniça que agora a apavora. Pássara, ave de rapina, Farol da vida... Flor dos mares. Rosangela Ataíde