Era tempo de coser farrapos à mão, tecidos variados se estendiam sobre a mesa descendo sobre nossas ancas quase nuas. Botões, torçais, retalhos espalhavam-se pelo chão. O menino catava todos para brincar sempre levando algo à boca provocando gritaria das mulheres enlouquecidas que se degastavam pelo tempo que passava aguerrido e pela falta dele também. A máquina sempre desregulava mastigando o crepe caro, enfestado das senhoras elegantes bem vestidas. A gente mal comia - não dava tempo! A mãe agia com frieza, destemida, sem muito riso. Ela só tinha afeto pelo menino. Eu e Elly, dançávamos clássicos da dance music dos anos 90. Parecia que éramos movidas a pilha ou que tínhamos molas em nossas cinturas. Ensaiávamos pela casa, deslizando enquanto limpávamos o piso e cuidávamos do menino. Deste tempo, eu me recordo das mortes do menino e da mãe, do companheiro e da indiferença e desmazelo ao qual não sei se mereço, mas sou submetida. Mas aceito de cabeça baixa, grata p