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Mostrando postagens de maio, 2019

humana

estou aqui e sangro mês a mês. minhas vísceras estão cheias de ira, culpas e medos. as borboletas seguiram seus caminhos eu estou aqui sobre a mesa do jantar acompanhada de um vinho barato comprado na esquina. tenho a minha volta lençóis machados de outras que como eu foram servidas à sangue frio. ...partos doridos andares combalidos. me acomodo à varanda para respirar enquanto fumo. ver o véu que o céu estende daqui ali, estrelas. estou perto ou distante? não sei. os talheres eu lavei, os pratos estão lambidos, possuem minha saliva, minha química, mas só resíduos. à luz de velas um arranjo de cravos mortos que encontrei entre as páginas de um livro antigo. estou crua como sempre, temperada ao vinagrete... ceviche de humana! carne de gente ainda viva.                               rosangela a. ilustração Martine Johana

Recobra-se...

O corpo! Outrora que vinha em contexto arfante. Deixou o ser inconseqüente, alento. O corpo! Atentou inquieto em haver o tempo que se perdeu em esferas malévolas. Um corpo passado nefasto. O corpo! Uma pausa, forçada. Uma mácula, fétida... chaga. Degenera e regenera em único ato. Sara ao zelo do amor próprio! Rosangela Ataíde

Quem é você?

"O seu valor não está no que você oferece as pessoas, ou nas coisas materiais que você  possui. O seu valor está em quem você realmente é em essência." Meu sonho se encerrava com certa semelhança com uma das cenas do filme Cidade Dos Anjos do diretor Brad Siberling. Estava em um hort-frutti com meu anjo escolhendo peras  enquanto ele divagava sobre valorização humana quando ele fez a pergunta e a afirmação acima.  Eu explicava a ele o quanto estava engajada em agradar as pessoas ao meu redor em busca da valorização destas pessoas, em busca de reconhecimento, como quem buscava receber amor através de prestação de serviço...  Oferecendo amor através da minha doação, de doar meu tempo e de alguma forma eu percebia que estava agindo de forma errônea, e me questionava sobre meu real valor no mundo e nas vidas as quais queria tocar de alguma forma. A questão é que embora soubesse de meu engano, eu não sabia o que fazer com a informação de que transmitia ao mundo o co

goiabeira

Arrisco dizer Saudade! Do incompleto tempo Com poucas ressalvas, Do que se guarda em gavetas fechadas. De quando meninos, E quando meninas, Pulávamos cercas de arame farpado Sem aranhões ou choro. Arrisco lembrar dos que se foram Sem adeus, em dias nublados Enquanto cortavam nossas árvores E podavam nossas asas com seus galhos. Me lembro da casa. O pé direito era alto e as janelas de madeira Se debatiam quando havia vento. Do quintal cheio de algazarra e gritaria... Arrisco dizer que sinto saudades!

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