teu corpo de água-desejo de "tantas, tantas" deusas lacunares a canibalizar-te onde te digo... e te consumo todo estou à procura do embriagado de teu contorno sombra em baixa luz força bruta que me manipula num paradoxal, corpo-desejo sedento - de quê? te procuro onde não sei e te encontro entre as mesmas deusas da lacuna num aguaceiro, só e me derramo ao querer dizer-te - bem te quero ou te derramas ao querer dizer-me - bem te quero, também talvez para apenas te dar o meu toque em teus cabelos úmidos em desalinho - talvez apenas carinho talvez algo tão quente que viremos vapor nas vidraças para que o mundo lá fora não nos saiba ...te vejo na próxima curva daquela estrada de mão única sem retorno, onde ainda não sei com que roupa me despir no mesmo ponto de encontro onde trocamos poemas e fazemos... um dueto? tome aqui um suave beijo... bom dia, poesia rosa a. imagem: Olga Vaikas
imagem: Sophia Bermuda uma tempestade desértica encontrar a face envolvida num tecido espesso em que apenas os olhos estão à mostra o que diz o olhar, além-existência? - estou aqui, e não estou não sou nada, nem o antes que fui, sou tépido ao anoitecer e o serei ao raiar o dia - mas homem, que fazes neste deserto de existências? és antes, consciência... e consciência não é um transbordar de seu acumulado de vivências? entre as frestas de suas vestes transparecem luzes de seu oculto lado, tens uma vida o homem satélite na noite acalma a tempestade, faz baixar a poeira, assenta a areia ao chão e segue a riscar com suas pegadas e brilho ofuscado, uma trilha entre as dunas treme de frio o homem febril e sussurra algo inaudível em seu delírio preenche as lacunas que o traz aqui e rompe com todas ao lançá-las ao nada mergulha imenso o homem para dentro de si liberto das sereias que cantam mudas num oceano distante não entendo o que diz o homem dentro do homem, mas sei da veracidade dele e de