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Mostrando postagens de junho, 2021

transbordo

dentro, tudo que não se repete  se expele... renovação celular, ovular, uma réstia de memória da infância entre gibis e lápis de cor maquetes estruturadas com cacos de piso tijolos quebrados, areia lavada nenhuma de bonecas ou coisas de menina. a estria da ruga que uma rusga  causou na pele, se aprofunda e tanto faz o cinza  dos dias, ou dos cabelos se multiplicando, ou ainda a clavícula pontuda  que mostra a esquelética forma humana. no corpo se multiplicam as dores afetos e desafetos... convivências, abandonos, domínios, territórios. o piso frio, as meias encardidas. o espaço onde nutro onde rabisco e onde fumo, o trajeto até a cama onde sou possuída por anjos e demônios. pesadelos e delírios às vezes renovo às vezes uma corda no pescoço mas dentro ainda habita aquela menina que vez ou outra bate o pé e faz birra. rosangela a.
  é madrugada e o céu transborda o mesmo céu de chumbo o céu que outrora observara em luto da varanda evito cerrar os olhos que pesam pensar no amontoado de cães que partiram sem dizer adeus é enlutar o peito acho que vejo tudo como um enlatado de corpos prensados sem a piedade macerada de um cigarro que trago copiosamente tudo jaz e o que não jaz ainda tem seu tempo e quando se enluta se questiona os limites o que há de mim naquele que se foi o que há de mim naquele que irá o que há em mim de todos os ausentes talvez apenas o tempo e ele não existe o passado que se foi - acabou o presente que não há no segundo seguinte o futuro que não se sabe  - nada é previsível - se fosse divisível  (e não descarto nada) talvez alma ou partes dessa anima que nos mantém dispostos a caminhar mas aqui neste espaço, só vejo cinzas as cinzas do cigarro a noite cinzenta de chuva a tristeza cinza cinza tristeza triste rosangela a.
Plantar esferas em tua boca  nua salivar. Colher afeto em teu semblante  tímido.  Catar teu olhar sobre mim... Longa espera. E agora, quando chega a estiagem E por aqui sequer garoa, eu perco o timbre, a voz, o ar! Hoje língua que não me procura, Palavra sem tom. Sonoridade nenhuma. Palavras que engulo a seco,  novidades perdidas, junto as vestes esquecidas em tua cama. Derramo em teu corpo ainda... Toda palavra que nos cabe! Mas aos poucos eu silencio. E é triste silenciar  Quando tenho tanto a dizer. rosangela a.  

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