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Mostrando postagens de agosto, 2023

Gestalt dos desejos

é possível imaginar matizes diversas na coreografia dos desejos e não ouse querer citar todos, pois eles envolvem pulsões variadas e, é o ser humano singular e a ele cabe os mistérios, a magia, a alquimia que muitas vezes desconhecemos o que se transforma, todas são possíveis gatilhos certamente. se és de fome,  comum a todo mortal que a ossatura precisa equilibrar, três cores... o vermelho protéico, o amarelo das leguminosas, o verde dos vegetais colhidos a poucas horas nos braços nus das senhoras, as cores das toalhas de mesa das cantinas, as cores do McDonald's. se és da máquina propulsora da caixa domesticadora, comum a todo agregado do Capital, temos... o cinza dos automóveis, dos contrastes dos centros urbanos, da prata na moéda circundante, que pode ser quebrado pelo rosa da sedução quando ela transparece numa avenida vestindo uma blusa com decote profundo e usa joelheiras patinando rapidamente para algum lugar a tempo de chegar na hora, exata! se és de laser ou de liberda

imanente

primeiramente é que como se a paixão invadisse meu peito... e sou tomada, possuída  e algum demônio me sequestrasse do corpo ainda que possa senti-lo pulsar  com o coração acelerado, descompensado  e me tornasse em demasia essência, consciência, percepção de tudo que espreita o meu redor  me exaspera a palavra primeira que não quer sair e fico inquieta, arredia e o coração palpita mais forte a respiração não flui e às vezes uma nevoa me toma a retina  e nada mais eu faço fico paralisada  - a coisa que me tira o tino quando enfim ela vem galopante entre meus dedos é como se o céu desabasse e todas as outras fossem  se encaixando, se substituindo deslizando como uma música e quase escuto as notas vibrando quando em minha boca eu às balbucio cochichando com elas, uma conversa que baforeja na ponta de minha orelha, a lambendo até penetrar ouvido a dentro e pairasse no não sou, no não estado, no não corpo violação  alheia ao mundo externo, ai de quem se aproxima ou me interrompe esse diálog

libidinal

  eu falo sobre libido sobre o corpo que desconheço os mistérios o meu, o teu sobre o olhar  que pousa sobre minha derme e conceitos  ou sobre mundos distantes e paralelos  que se convergem mas falo de Sofia correndo pelo pátio de uma escola assustada  por experienciar amor, quando esperava o pior que o humano costuma dar é quase como ser inocente incoerente  quando minha visão embassa e não sei o que vem pela frente e sempre pondero sobre as coisas serem e não rimar, e não arquejar formas sinceras de se encantar a inabilidade de se ter de me doar é que toda vez que sou verdade apavoro não vês que sou poeta? e por mais verdade que seja quando se trata de personas e finjo a que não sou,  ainda assim sou, e exponho minhas visceras de peito aberto não tenho medo nado para a arrebentação  e aguardo um corpo que é... existe, eu sei  e ele me cobrirá  por inteira quando mergulhar nesse espaço  que de longe me conclui  enquanto me contorço  querendo ser enquanto a vida corre... e as horas pas

deliberar

  (suspiros) ahh! ahh! ahh! alguém? alguém me tira daqui? tem alguém aí? (suspiro) ahhhhh! (exagero) estou sufocante! socorro! me esqueceram... ninguém me vê? (súplica) me tirem daqui! não consigo sair! quero expandir, quero arfar além túmulo! me ajudem, é sufocante, tenho medo... (ponderação) alguém lacrou a casca da minha pele rígida... fui eu? não vejo... ceguei. as memórias estão espalhadas dentro de mim e não às alcanço, este medo das lacraias que me adentram me corrói e não há como limpar essa sujeira. o medo é sujo, apodrece, come a carne, e o que é carne vira pus, estou deteriorando. quem sou eu diante de mim? quem é você?  não me reconheço sob essa perspectiva de ser... de ser espectro, de ser nada? (libertação) vazio inquietante. rompo com o espaço, saio da caixa, algo estreito se abre e é por onde passo... não há pele, nem ossos não sinto nada! alcanço um jardim de pétalas mortas, não há vento, não há frio nem calor,  não há som, sins ou nãos. liberta-me! ninguém ouve... lib

dias de Vênus retrógrada - retorno em fúria

que venha os corações desesperados que exitas sob luares ainda que a ti pertença  os olhos angustiados e baixos e que assumo, tão meus! debaixo da nudez tentadora que ousaram intentar vergonha... deusa carnal? descansa entre as conchas de madrepérola, logo epiderme... arrepio pela brisa de Zéfiro  como uma benção para seguir  espalhando o mais sublime sentimento  e eu filha agradeço o amparo,  o colo de mãe onde preparas o renovo e, semideusa, semigozo, semiamor,  sêmen entre a vesica piscis  até as coxas ou que em face seja, nestas linhas me declaro discípula  pois é de amor teus ensinamentos... e me redimo diante do vasto universo  que adentra à tua e minha boca como uma espada, essa esfera entre a laringe e o peito, o sol queimando o plexo solar, o sétimo plano no ventre cintilando, uma multidão sob os pés  enquanto desbravamos as brancas espumas das ondas desatentas deusa criadora universal amante de Marte deus da guerra que entregue aos teus delirios se faz Paz... ah deusa, de ret

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