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Mostrando postagens de novembro, 2017

um útero quentinho, por favor! e três doses de recomeço.

não quero mais abraços não quero colo nem cafuné no cabelo passei disso eu quero o útero e três doses de recomeço - pode embrulhar em papel manteiga que é pra manter quentinho - silêncio gente que pra hoje eu só tenho lamentos e pesares. a garganta está seca  os pés estão descalços e doídos hoje a vida gritou comigo... e a morte sussurrou ao meu ouvido. rosangela a. 2011

trilha nefasta

imagem da web o risco batido na mesa, o corte afiado, a divisa a lambida na lamina, o branco, o franco. após as 3 da manhã... após os  risos,  noites alertas, e canudos de prata depois das grades e das tormentas. após  o último teco. desperta no negrume atroz... do luto! rosangela a. de 2013

encantado

o som da pele sobre outra pele sonoro ecoa esparge-se por entranhas e encanta estranhas em ébano brilho e tremo ao cerne outra canção outra melodia (novo timbre) o meu corpo aquece/esfria tanto - ao ponto - que em mim garoa rosangela a.

ao alcance

lá fora as flores novatas das plantas, exibem pétalas tenras, cheirosas. embelezam o jardim, harmonizam o clima, trazem a tona nova primavera, novo ciclo de vida...  renovo talvez.  lá fora a vida vibrante semente, essencial atrevimento, lança coragem ao disposto recomeço. rosa aprendiz da bela corola flor pétala nutriz ramos oscilam um bailar à aragem poetas do jardim primavera de 2011 rosangela ataíde

menina

aos quarenta a vida tem outro cheiro e um "quê" de recomeço e por isso me sinto menina novamente outra criança ressurge aqui dentro e a vida é isso.... um recomeçar a cada instante um novo "eu " totalmente estranho  já nascido porém um encontro com a criança interior aquela que desconhecemos e habita aqui dentro rosangela ataíde

o tempo de outrora

viajei uma milha do pensar e no campo das neuroses percebi ...antes de recuar lá encaixotada numa estante minha coragem decorava aquele instante distante, distante rosangela a.

Psicanálise

Chorei, chorei a congruência que se parte lado a lado. Chorei com o peito apertado. Olhei, olhei para dentro de mim e sofri com o desmazelo que se revelou em apuro. Olhei  fixamente e vi tudo obscuro. A pergunta era fácil e não soube responder sinceramente com objetividade... Quem é esta que vos fala em revelar? Rosangela Ataíde

Gaza

hoje a Paz mexeu comigo e ela veio com os olhos amendoados pupilas fixas bochechas fofas com um punhado de terra entre os lábios hoje a Paz, eu pude ver! possuía uma rigidez pálida e fibrilava borrou meu rímel esta Paz! causada por estilhaços incandescentes que respingou em minha retina ... hoje a Paz deixou cair um cisco no olho de Deus quando chegou ao céu com os braços cheios de inocentes e a morte estava à seu lado. rosangela a. reeditado

incandescente letra

há um espaço         em mim                um alerta                     que vez                             outra                       centelha                     cria fagulha                    incendeia       e quando abrasado...     escapo por uma trilha uma fresta o que convir no momento não me converto  à deleite     por receio        volto correndo            de facho apagado                     arrefecida                        ao relento                     despejo tudo                em palavras         que entono   vozear e omito emudeço rosangela ataíde

digerindo

Rebecca Coles - borboletas de papel ardo como se arder queimasse minhas costelas e gravetos abrasados espirasse - mas não é nada disso - ardo por engolir lagartas que aqui dentro fazem casulos aí, exalo borboletas ...de várias tonalidades! rosangela a.

aqui

estou aqui e abro a janela para  o dia meus lábios não negam nada nem verdades nem mentiras meus olhos ainda sem miopia alguma cansaram-se e estão cobertos por uma lente Varilux estou aqui seja noite ou dia seja de chuva, de sol ou de sal a via ainda com lama borrando a bainha a rubra cera escorrendo pela face que se enruga cada dia estou aqui sob estrelas mirante ... e percebo só agora - meus pés racharam no caminho. rosangela ataíde

dissoluta

sejam minhas as suas juras mais ordinárias sussurre ao  pé de meu ouvido seu amor e desventuras seja minha flor seja meu espinho em qualquer momento oportuno / propício seja meu deleite onde eu possa esquecer o meu suplício acordar dia a dia sem ter pecado        /ser quase santa        /ser quase morta        /e não ser fria        com pensamentos de Antoniel levar vida de Adélia este suplício dos meus dias  por não ter tropeçado  e em ti deixado  o meu vestígio rosangela ataíde

cuida

René Groebli cuida em observar estas palavras cuida ao possuir meu sangue e alma cuida em revelar o que omito e se acaso descobrir  cuide em segredo e, me conclua... rosangela ataíde

tarde efêmera

no vazio a tarde silencia o  absurdo minha surdez agoniza murmurinhos insanos quem fala comigo quando penso? quem responde? mais vazios  que a tarde no oco da caixa LED que rejeito a todo custo é domingo o meu pensar desertor vaga perdido ponto zero, sons, calor e eu respiro rosangela ataíde

Viés

Foto: Michael Magin pouco sei do nada, pouco sei do oco, ou da vida que segue. não sei tudo, não sei do quanto basta, sequer do cheio ou do vazio. só sei do morno, o meio gasto... do soslaio que aprendi, indiferença ou paquera ? não sei, ainda que me esforce. sei quase nada do que prezo, perco ou relevo. e não quero saber, é verdade. do pouco que sei já sinto náuseas. rosangela ataide

para uma vida

uma vida cabe outra vida e mais outra e outra e quantas outras possíveis vidas uma vida cabe ao corpo que pendura ao ar sua matéria e se sustenta sobre os pés andantes e caminha e segue até que te baste este corpo aste e gasto fique quando os calos não se fecham mais quando não basta a essa vida seu destino e segues para outro plano deixando o corpo deitado para trás

bla bla bla

cortar laços romper os liames para não adulterar a alma nem abater a carne não destroçar os músculos nos ósculos das tardes se esvaziar daquilo que não se crê resíduos fragmentos de mentiras no ranger dos dentes salivares que nos contém seja aos berros! ou na morte em vida de quem te corrompe a lida cortar laços todo ele que nos destrói cada dia um pouquinho cada dia mais. rosangela ataíde

artilharia

se acaso a palavra me bastasse não miraria teu peito alvo minha mira é um fracasso mas enxergo bem, obrigada minha artilharia é pesada ...a respiração é que me trai a cada sílaba disparada e você, perverso não pára quieto em minha reta abordagem rosangela ataíde

tempo em fuga

o tempo faz a rotina faz a loucura dissipa a neblina traz a fúria... o tempo traz as queixas, a pobreza ou a fortuna, inevitáveis são as rugas. o tempo leva à neura, leva à fleuma, leva as madeixas o tempo dizem que não existe é só expectativa de quem não desiste e segue  perdendo ou ganhando... pessoas, doenças tempo, tempo, tempo... Rosangela Ataíde

papel

em cada papel um desenho ou verso que bendigo incipiente experimento mesmo que permaneça branco intacto e eu o mire apenas quero delimitar o tempo este que passa afoito e o que faço é um agarrar um grifar de sentimento se o que vejo me alucina cada giz leva minha alma e me torna outra diferente cada papel tem seu traço, seu troço  e me orienta e sinto como fosse minha primeira experiencia rosangela a. poema e arte Hey Mama Wolf 

espetaculosa...

des conheço o autor da imagem a platéia assume seus rostos e a mão que me envolve o corpo tateia sem pudor meus devaneios alicia-me entre outros corpos para que um duelo físico me alucine e eu sobreviva... tesão, cena, veludo! e seja eu delírio! uma exposição carnal - quando verbalizo lasciva... meus libertinos pensares, meus comedidos pesares sempre livre e sempre drama, no suor devasso de minha tez rosangela a.

intragável pesadelo de ser

todas as minhas armas inúteis todo o meu caos ofereço numa bandeja do mais frio metal estilete pincel cacos de vidro e papel e água para descer bem goela abaixo drágeas poéticas rosangela a.

síncope

desconheço o autor da ilustração vendi minha  alma ao descuido joguei meu corpo num precipício  ousada... quero mergulhar meu espírito em um mar de afagos e calmaria sonhei que naufragava... e avistava árvores na praia  que se partiam premonição de alto mar? pescando tempestades pós tempestades estou à deriva rosangela a. reeditado

rota dos desejos juvenis

a lua pálida sorria pela fresta da janela entreaberta,                    [linda! eu desejava estar despida feito a lua para o sol as estrelas piscavam a noite no negrume do céu                    [num Ballet incandescente de luzes refletidas e eu desejava a incandescência das estrelas o mar, o mar  tem ousadia que encanta o sol,                    [o mar tem outros portos                     e eu desejava tanto em outros portos                    atracar meu corpo e eu desejava um véu entre o mar e o sol... um veleiro de 4 mastros! e desejava deitar meu corpo lua brilhante estrela nos portos que se elevassem ao sol e amar, e amar e amar... e me despi entre meus desejos e dejetos e me perdi       e não me acho mais             e não me encaixo mais                   e não vibro mais                      nem uma nota ou frequência Hertz                  estou neste chão, entre nós grãos de areia                           s

Rua de Pedras

é bom caminhar em ruas de pedras portuguesas. em dias de chuva uso botas pretas de salto contrastando com os paralelepípedos brancos das ruas por onde passo. pelo caminho não penso em quase nada. só equilibro o corpo para que não caia em poças lamacentas e suje minha saia. sina de bailarina... Talvez. alguém que não aprendeu a dançar de sapatilhas mas sapateia em noites úmidas e vibra nas noites enluaradas. rosangela a.

anino

imagem: desconheço o autor  e me desnudo de toda linha que ata como costura minha pele [veludo] e me desfaço ao desatar os cabelos que vagueiam o nu desalinho de meu traço e me recomponho ao lançar-me sedenta no sorver do que anseio -o toque- em meus sonhos de anino rosangela a.

respiro

respire - rosangela a. cabe, rés a pele que cicatriza ...esta pele! que pela alma, pela fome, sede, irrigada pelo ar, vasos sanguíneos. esta pele... outrora imaculada, entremente partida. minha própria pele. esta célula, este poro, rés a pele um poema ...e eu respiro rosangela a.

piar

entrego esta boca ao canto - para que me alegre assoviar ao vento mas os olhos atento ao pranto. do luto à lágrima um manto - estende-se pelo rosto ao lábio faz recatar a dor na alma do santo o negrume das vestes é tristeza... portanto este coração partido pia mas não causa espanto rosangela a.

rasc

a cada adeus, seguimos colecionando ausências e todo adeus leva um pouco da gente deixando  saudade ainda que não suportemos mais a presença ao lado... saudade é a herança que fica no lugar do que se leva da gente a saudade te arrasta  num vórtice de lembranças variadas o tempo todo, enquanto se esquece o formato do nariz, a tonalidade da boca, aquele poro mais aberto a palavra não dita, esquecida na boca contida no peito ...e só te cabe aceitá-la e ser grato e um dia essa saudade será nossa marca neste mundo. pois tudo vira saudade. rosangela ataíde nossa saudade.

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