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Mostrando postagens de outubro, 2023

um xis, um it

*poderia ser Blá blá blá, mas já tenho um poema com esse nome há uma palavra uma palavra quase moldura de expressar sentimento de formatar coisas há um som quase inaudível entre cada letra um xis, um it, aquele sisssss rudes palavras ferem e são ditas a todo momento por mais que apenas as resmunguem entre os dentes são ditas. boas palavras são revigorantes mas são partidas quando ditas em despedidas - de nada servem há uma palavra para quase tudo há um silêncio também ambas as coisas arrebatam há ainda um mistério quando se desconhece o que de fato devia ser dito ou se finge de morto para não cair de cara no chão e sobre cair de cara no chão explico: é que algumas palavras fazem das pernas estilhaços é quando nossos joelhos tremem e nossos passos desconjuntados se perdem pois não sabemos se controlamos a caminhada ou as lágrimas que querem insistentes descer de nossos olhos. pois nossos corações encontram-se partidos pensando bem há uma palavra corpo palavra feita de ossos, tutano, sal
e abri a caixa de meus desejos separei as flores mortas dos diários da adolescência e joguei fora encontrei meia dúzia de bolas de gude e as lancei sobre o carpete ...perdoa! me distrai com as cores delas com som que elas emitiam ao se chocarem algumas se perderam e levei tempo para catar tudo de volta depois enjoei de brincar sozinha perdi a prática mas logo passou e peguei um torçal de retrós papel seda kraft cola bastão e hashis nunca usados fiz uma pipa do tamanho de minha mão fechada pois soube que é o tamanho de meu coração para te dar para te dar a sensação da liberdade isso que a gente finge ter pendurei no batente da varanda mas não pegou voo catei no lixo as pétalas das flores e fiz rabiola mas não adiantou então peguei novamente as bolas fiz delas sinos de vento para te ouvir chegar gigante ... mas você não veio com tuas palavras alí ,na minha frente saindo por entre teus lábios que de certo me beijariam não li a palavra "adeus e entendo... o fato desconhecido guardei t

Painting Greys

Assisti um vídeo desses shorts, dizendo que o mundo está perdendo as cores, literalmente. Foi realizada uma pesquisa ao longo de anos, não me recordo quanto tempo, mas coisa de décadas, em que foi analisado as preferências das cores por algumas populações. E a conclusão do estudo é de que o mundo está ficando cinza. Acontece que cinza é a cor preferida das pessoas em estado depressivo. E como o mundo está ficando cinza? Acontece que para agradar e conquistar mais clientes, as grandes marcas sempre se utilizaram daquilo que chamamos Gestalt estudei Gestalt há alguns anos pois queria ser psicóloga, e no curso de fotografia também, aconselho a qualquer artista a estudar Gestalt... Resumindo bem esdrúxulamente, algumas cores designam a que vieram os produtos, determinados eventos, acessórios, situações. Exemplo cretino, a logo do MC Donald's, vermelho e amarelo são cores de alimentos, ideiais para restaurantes, vc vai ver essa variação de vermelho e mostarda em várias logos de lanchone

Poema para ancorar o corpo.

eu não sou canal, ponte nenhuma embarcação, tampouco porto. chego a acreditar que a auto piedade é o poço mais fundo e úmido que existe e eu já estive lá quando quis encher os bolsos de pedras. a casa está ruindo numa rachadura diagonal, mas o mar é logo ali. tenho uma vida nas veias pulsando. tenho algum amor de afetar coração, para doar. tenho uma memória de morte já decomposta ...um futuro que me espera. e um plano de assustar pássaros do fio de alta tensão. pode parecer guerra, deflagração de uma bomba, efeito de ondas de choque. mas é que para haver Paz é necessário antes o caos. rosa ataíde

redscale

  Dá um medo danado, ficar parado. Dá uma vergonha terrível ficar invisível. Dá uma baita pane, tropeçar do nada. Dá um frio esquisito vagar por aí... E não pertencer, ser desprezível, indesejável. Dá uma inveja doida dos suicidas, eles decidem a hora da partida. Dá uma vontade egoísta de morrer! Mas a vida corre e eu tô atrasada... a vida não deixa. rosa a.

Metaforando

  Talvez eu tenha ofendido a deusa com ingratidão, com astúcia, com prepotência... Meio Psiquê sabe? Estou indo ao inferno e voltando. Alternando entre dias de muita calma e amor e dias de muita fúria, isanidades e desamor. Eu libriana e tenho Mercúrio em Escorpião e Mercúrio vai ficar retrógrado isso faz que eu fique uma ermitã, então deve ser por isto esta mão na consciência me fazendo rodopiar igual numa gira. E deixe a gira girar! Melhor assim, que viver na ilusão pisciniana que é justamente onde fica meu Júpiter. Só sei que neste período me bateu uma doidera de pesar as coisas numa balança* e meio que acordei sabe? Não hoje não há 2 horas atrás. Eu acordei para uma parte da vida, uma parte pq ando tendo vários despertares... Eu percebi coisas que fiz na vida que apenas uma idiota faria. E não estou me menosprezando, eu sei de meu potencial, só que cara! Eu usei isto, durante minha vida para concretizar coisas para o outro. Eu nunca realizei nada de concreto para mim. Sempre filhos

cobra-se caro pela vida

Não me cabe julgar a morte, nem o espetáculo entorno dela. Porém quando se trata de suicídio o entorno me chama atenção. Justo quê, o cenário transfigurado em plena crise mundial me faz ficar cativa diante das divulgações e divagações sobre a causas mortis que leva alguém a abster-se de viver. Já falei antes sobre suicídio e não é mistério para muitos que sou órfã de um filho vítima de suicídio. Acho que é suma importância debater sobre suicídio buscando entender as angústias que nos leva a tal feito. Mesmo que o início desse diálogo seja interno. Não preciso expressar o quanto acho de mau gosto divulgar as fragilidades das vítimas de suicídio. Mas pondero a reação a tal feito diante deste tempo que assola a humanidade. Acredito que a grande verdade dessas angústias se conecta com o fato de que não estamos preparados para o conviver com a angustia da não aceitação social e interna, e que, muitas vezes diante da fragilidade pela realidade de viver voltado a si mesmo, seja por opção ou

sabemos

sabemos somar os afetos ouvindo canções antigas, contabilizar os corpos organizados na coreografia da estação enquanto se perde o trem a nave. viver traduz a soma de tantas vidas e estamos enfileirados uns grudados aos outros sentados na arquibancada da luz pelo sol que ilumina. - às vezes o sol dá lugar a lua que escurece o lado ofuscado do anfiteatro, as vezes as estrelas salpicam brilhos como vagalumes, às vezes só há negrume quando as cortinas encerram o espetáculo. não dá para fugir e inventar, e reinventar retornos, curvas enquanto estamos ancorados um no outro ainda que muros de orgulho nos desvie. rosangela a.  

caju

eu cidadã do mundo esqueci como se caminha descalça sobre o tronco de uma árvore... pés sem meias. o gosto da fruta colhida entre os galhos. eu cidadã universal raras vezes lembro minha condição de crosta terrestre. mas quando me encontro com esta menina adormecida fico entorpecida, como num alucinógeno, um daime, um skank. pois não sei em que tempo/espaço estou, ou quem sou eu, quem é a árvore se somos apenas formas e cores irrigados pela vida. somos om rosa.  

s a b o t a g e m

eu faço melhor! é o que sempre penso, sussurro e talvez diga entre os dentes ...e não faço. talvez até faça algo com alguma relevância, mas esqueço que faço, nem percebo ou não dou importância, valor, respeito. faço o melhor poema e não recito; o melhor café com leite e creme e não bebo; o melhor livro, conto, prosa e não publico; o melhor bolo trufado de chocolate, mas temo o diabetes - nem provo. é como plantar uma árvore e mudar antes que ela dê frutos. é como fazer o melhor sexo e não gozar. "você sempre pode fazer melhor... é só amar aquilo que faz e no amor não cabe amargura", eu diria se fosse de autoajuda, mas trilhei o caminho da desconstrução. você faz melhor quando está presente naquilo que faz e ponto. quer saber? ...outra hora eu faço. rosa a.

porque tu és um poema

e escremo-me em tuas entrelinhas, eu tremo eu arrepio, eu extinta trema, inexisto. escrevo-me com cicatrizes de suturas, tatuagens da vida. escrevo-me como um corte cirúrgico na ferida cardíaca expondo o que se tem dentro. por vezes o oco, um eco se alguém gritar de susto. porque tu és um poema debruço-me sobre ti e amparo meu corpo despido, minha respiração, meu suor, minha pálpebra marejada, minha falta de lira... minha ira? e já que és um poema, sussurras em meu ouvido às 4:15am e não me deixas dormir antes de lavar-me das palavras não ditas. em verdade não sei se escrevo-me ou se rabisco-te vulgarmente, medíocre. mas, como me fizeste chorar no primeiro respiro... gritei ao parir os meninos, entristeci no aborto da menina, morri no sepultamento dos olhos de mel. ahh! como tú és um poema, bem sabes... es-cre-vo-te-me, mas nada nos define. nem a ranhura de uma vírgula. rosa ataíde

fev. 2020-2

andar suave pela vida  e esquecer que lá fora o mundo grita... outdoors, megafones, celulares, socorristas parar o tempo sobre mesa onde decifro meus medos, minhas alegorias num rabisco qualquer de letras  ou formas de silhuetas. tudo em mim é meio arte, fotografia, desenho, rima tudo em mim vibra  enquanto ouço canções antigas ainda que em vozes desconhecidas. e tem o passo que dou dia a dia sem saber onde a estrada termina e este desejo de encurtar tudo  na próxima curva. andar suave  enquanto o tempo pesa sobre meus ombros. o vento me beija a face e o sol irradia alegria... a lua me faz pensar e por tudo em equilíbrio. andar suave e ciente que tudo que vem,  vem para engrandecer a estadia. rosa a. miúda porém gigante de fé na vida

fev. 2020

suponho estar sem rédeas desgovernada num caminho sem paisagens deserto sem miragem nenhum Oásis suponho não entender nada de sentimentos e ainda penso como seria estar atenta e perceber no entorno alguma faísca que me entorpeça talvez anoiteça e mire estrelas cometas ... talvez, apenas talvez eu me veja verdade nessas letras que me denunciam discorrendo entre meus dedos rosa a.
  observar a margem vazia do poema e preenchê-la até que transborde. um poema cheio enfim. cheio das coisas que digo, de mim, de você. o lado vazio me atravessa como algo que omito, renego, não quero, e evito por medo de ocupar e esse medo me corrompe a necessidade de ter, e te dizer e dizer do outro que nada entende. mas sei isso é de uma coragem insana... há de se respeitar o oco, os limites que o poema impõe, a estrutura e sua grandeza, e é um atrevimento o ultrapasse aqui... como quem pega uma contramão a 120km por hora... um disparate, um atentado poético, uma transgressão e a condenação pode ser a inexistência do poema. então me alongo nestas linhas e justifico a formatação e sendo teimosa em querer ir além, agora já fui. eu entendo que o poema se perdeu... não existe haicai no horizonte, disse o Deus Matsuo, e meus tercetos não dizem mais nada, mas também não silenciam minhas inspirações, pois veja... estou respirando agora! talvez o vazio do outro lado da faixa tenha sido um me

Conceito sobre Poética Contemporânea

  A minha intenção aqui ao conceituar a poesia contemporânea é a de elucidar o que venho aprendendo, observando, anotando, não há nessa "crônica" nenhuma tentativa de me expressar como detentora de nenhuma verdade.  Aconteceu de um dia que uma sobrinha me dizer... "Tia Rô, eu amo suas poesias, mas não entendo nada do que você diz!"  Fiquei feliz com isso, Júlia ainda não havia sido contaminada pelo mundo, hoje como mãe e como psicóloga,  certamente ela entenderia minhas metáforas. Então Júlia, não posso explicar minha poesia, ela adentra em cada um, de uma forma diferente, assim como sai de mim de um modo e numa releitura adentra de outra forma. A decodificação poética varia de leitor para leitor que a adapta a suas experiências,  épocas e meio cultural. E foi pensando em Júlia, no meu filho e sobrinhos que resolvi escrever esses conceitos que quase viraram um ensaio. Quem sabe mais adiante? Cultura e Poesia  Para muitos a poesia é algo sem valor, e devo concordar e

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