Poema para ancorar o corpo.
eu não sou canal, ponte
nenhuma embarcação,
tampouco porto.
é o poço mais fundo e úmido que existe
e eu já estive lá quando quis encher os bolsos de pedras.
a casa está ruindo numa rachadura diagonal, mas o mar é logo ali.
tenho uma vida nas veias pulsando.
tenho algum amor de afetar coração, para doar.
tenho uma memória de morte já decomposta
...um futuro que me espera.
e um plano de assustar pássaros do fio de alta tensão.
pode parecer guerra,
deflagração de uma bomba,
efeito de ondas de choque.
mas é que para haver Paz
é necessário antes o caos.
rosa ataíde
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