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Mostrando postagens de dezembro, 2017

refutáveis

Egg Zakly - Juxtapozed sou pelo tempo sorvida, e relego o afiar da foice certeira que intenta um dia meu fim. mesmo quando o cessar me baste, evitarei os olhos cerrados pós overdose da lida. quero atenta mirar nas fuças da morte no dia do despejo com dedos em riste de sua face e, um tanto triste e atrevida... perguntar-lhe: —  afinal dona morte, por que somente sua existência perdura? no final das contas morrer contradiz a morte viver contradiz a vida. rosangela a.

diálogo do fim da vida

ela me disse ao pé do ouvido: —  viver é caminhar de salto 15! cada dia um passo cauteloso. cada dia um medo. — um convite? eis uma canção para se dançar... um tango, um bolero, um flamenco del fuego. eis um abraço para se esconder do frio. um beijo em lábio desconhecido. — uma ternura? um calafrio que me sobe pelas costas, uma perna que roça contra meu vermelho vestido. há um cravo entre nós  que quase me devora quando respiro e olho no espelho meu lábio escarlate, a pele nude pale... — meus olhos estão tristes? a morte me desata o corpo, me desarma a alma, me derrama em síncope. — e os olhos não reativos? — assim, tão quente e fria ... ainda me apaixono senhora! rosangela ataide imagem da web

crescente

na cronologia de minhas datas vividas  —   chego a crer nas dádivas da vida que possuo mais que um sol... um plano cinza, um clarão  —   a lua a desdobrar no céu e luminar afoita as alegrias minhas —  um radiar lunar que acoberta o pesar das escolhas e... aos meus olhos fatiga. quando abre seu sorriso rosangela a.

a diva

diva e como dizê-la dádiva corria nela a avidez nos dias de donzela sua palidez  não corou diante da noite mais bela vestida de amor e loiras madeixas no corpo caiado sabotada era a virtude _gerada a menina  dona da alegria dela editado* rosangela ataíde para dona Vera

devorei-te por gostar

encaixei cada palavra fora do lugar no momento inesperado de minha ira exalei meu fel o meu veneno aos goles sorvi minha cólera por uma mentira descabida não medi não pesei não senti apenas me perdi na hora do furor que necessitava despejar, disparar cada letra e você estava na mira rosangela a.

Eu não vou me mover

Eu não vou me mover até que a farsa acabe Eu não vou me mover até que as bombas se apaguem silenciando a tarde Eu não vou me mover até que ouça o pássaro pipitar sem debandar a outros mares. Eu não vou me mover quando este fúsil rente minha nuca estilhaçar minha carne Eu não vou me mover à luta. Nem ao meu irmão provocarei escarne. Eu não vou me mover até que a Paz estremeça com verdades. Eu não vou me mover até que este dia sob concórdia irradie e a Paz nos guarde ...Eu não vou me mover! rosangela ataíde

conto do amor fudido

eles saíram para almoçar por volta das 15 horas, e a tarde já era fresca naquele outono tão cheio de maresia. não conversaram no caminho, não se tocaram, não se olharam, mas ensaiaram uma discussão sobre o trânsito que eles insistiram em silenciar antes que eclodisse numa pendenga séria. naquele ponto da relação, nada os agradava, mas havia sempre uma tentativa, mas um dia daquele silencioso suicídio mútuo. já se passara, dez anos de sucessivas mortes em vida... há seis a amargura havia se instalado no peito dela que lutava para que esta não se petrificasse não deixando chances de sobrevida. há três anos ele havia entristecido.  no restaurante havia costelas e ele um tanto fora de peso, tentando novamente uma dieta proteica buscou saciar seu desejo se fartando destas. logo ele comentou: —  amor lembra quando você fez aquelas costelas carnudas? ela afirmou com a cabeça que sim. comentando: — nós ainda morávamos na casa antiga. —   qualquer dia faz

ôh minha mãe...

contraído meu diafragma lembra um enfarte um alarde por injúrias que sufoca o grito o eco causando o oco... e me vem aquela vontade de expandir minha voz cuspir meu pranto entornar minha letra em A4 por uma pena ou bic e num útero pousar meu corpo silente em clausura triste tombo na realidade - o útero não é opção - é só vaidade Rosangela Ataíde

fome de mãe

Mãe foi a fome que me trouxe aqui quando cortado o cordão volvi a saciar meu mundo o espaço que me faltava por pertencer a um maior descoberto no parto o alimento envolvido na lágrima pueril do seio que me pertencia não mais me sacia então galgo mundo afora - pernas lançadas cada dia mais distante da placenta sem retorno que você maternal me envolvia e ainda hoje tenho fome sede e nostalgia rosangela ataíde

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