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Mostrando postagens de 2017

refutáveis

Egg Zakly - Juxtapozed sou pelo tempo sorvida, e relego o afiar da foice certeira que intenta um dia meu fim. mesmo quando o cessar me baste, evitarei os olhos cerrados pós overdose da lida. quero atenta mirar nas fuças da morte no dia do despejo com dedos em riste de sua face e, um tanto triste e atrevida... perguntar-lhe: —  afinal dona morte, por que somente sua existência perdura? no final das contas morrer contradiz a morte viver contradiz a vida. rosangela a.

diálogo do fim da vida

ela me disse ao pé do ouvido: —  viver é caminhar de salto 15! cada dia um passo cauteloso. cada dia um medo. — um convite? eis uma canção para se dançar... um tango, um bolero, um flamenco del fuego. eis um abraço para se esconder do frio. um beijo em lábio desconhecido. — uma ternura? um calafrio que me sobe pelas costas, uma perna que roça contra meu vermelho vestido. há um cravo entre nós  que quase me devora quando respiro e olho no espelho meu lábio escarlate, a pele nude pale... — meus olhos estão tristes? a morte me desata o corpo, me desarma a alma, me derrama em síncope. — e os olhos não reativos? — assim, tão quente e fria ... ainda me apaixono senhora! rosangela ataide imagem da web

crescente

na cronologia de minhas datas vividas  —   chego a crer nas dádivas da vida que possuo mais que um sol... um plano cinza, um clarão  —   a lua a desdobrar no céu e luminar afoita as alegrias minhas —  um radiar lunar que acoberta o pesar das escolhas e... aos meus olhos fatiga. quando abre seu sorriso rosangela a.

a diva

diva e como dizê-la dádiva corria nela a avidez nos dias de donzela sua palidez  não corou diante da noite mais bela vestida de amor e loiras madeixas no corpo caiado sabotada era a virtude _gerada a menina  dona da alegria dela editado* rosangela ataíde para dona Vera

devorei-te por gostar

encaixei cada palavra fora do lugar no momento inesperado de minha ira exalei meu fel o meu veneno aos goles sorvi minha cólera por uma mentira descabida não medi não pesei não senti apenas me perdi na hora do furor que necessitava despejar, disparar cada letra e você estava na mira rosangela a.

Eu não vou me mover

Eu não vou me mover até que a farsa acabe Eu não vou me mover até que as bombas se apaguem silenciando a tarde Eu não vou me mover até que ouça o pássaro pipitar sem debandar a outros mares. Eu não vou me mover quando este fúsil rente minha nuca estilhaçar minha carne Eu não vou me mover à luta. Nem ao meu irmão provocarei escarne. Eu não vou me mover até que a Paz estremeça com verdades. Eu não vou me mover até que este dia sob concórdia irradie e a Paz nos guarde ...Eu não vou me mover! rosangela ataíde

conto do amor fudido

eles saíram para almoçar por volta das 15 horas, e a tarde já era fresca naquele outono tão cheio de maresia. não conversaram no caminho, não se tocaram, não se olharam, mas ensaiaram uma discussão sobre o trânsito que eles insistiram em silenciar antes que eclodisse numa pendenga séria. naquele ponto da relação, nada os agradava, mas havia sempre uma tentativa, mas um dia daquele silencioso suicídio mútuo. já se passara, dez anos de sucessivas mortes em vida... há seis a amargura havia se instalado no peito dela que lutava para que esta não se petrificasse não deixando chances de sobrevida. há três anos ele havia entristecido.  no restaurante havia costelas e ele um tanto fora de peso, tentando novamente uma dieta proteica buscou saciar seu desejo se fartando destas. logo ele comentou: —  amor lembra quando você fez aquelas costelas carnudas? ela afirmou com a cabeça que sim. comentando: — nós ainda morávamos na casa antiga. —   qualquer dia faz

ôh minha mãe...

contraído meu diafragma lembra um enfarte um alarde por injúrias que sufoca o grito o eco causando o oco... e me vem aquela vontade de expandir minha voz cuspir meu pranto entornar minha letra em A4 por uma pena ou bic e num útero pousar meu corpo silente em clausura triste tombo na realidade - o útero não é opção - é só vaidade Rosangela Ataíde

fome de mãe

Mãe foi a fome que me trouxe aqui quando cortado o cordão volvi a saciar meu mundo o espaço que me faltava por pertencer a um maior descoberto no parto o alimento envolvido na lágrima pueril do seio que me pertencia não mais me sacia então galgo mundo afora - pernas lançadas cada dia mais distante da placenta sem retorno que você maternal me envolvia e ainda hoje tenho fome sede e nostalgia rosangela ataíde

um útero quentinho, por favor! e três doses de recomeço.

não quero mais abraços não quero colo nem cafuné no cabelo passei disso eu quero o útero e três doses de recomeço - pode embrulhar em papel manteiga que é pra manter quentinho - silêncio gente que pra hoje eu só tenho lamentos e pesares. a garganta está seca  os pés estão descalços e doídos hoje a vida gritou comigo... e a morte sussurrou ao meu ouvido. rosangela a. 2011

trilha nefasta

imagem da web o risco batido na mesa, o corte afiado, a divisa a lambida na lamina, o branco, o franco. após as 3 da manhã... após os  risos,  noites alertas, e canudos de prata depois das grades e das tormentas. após  o último teco. desperta no negrume atroz... do luto! rosangela a. de 2013

encantado

o som da pele sobre outra pele sonoro ecoa esparge-se por entranhas e encanta estranhas em ébano brilho e tremo ao cerne outra canção outra melodia (novo timbre) o meu corpo aquece/esfria tanto - ao ponto - que em mim garoa rosangela a.

ao alcance

lá fora as flores novatas das plantas, exibem pétalas tenras, cheirosas. embelezam o jardim, harmonizam o clima, trazem a tona nova primavera, novo ciclo de vida...  renovo talvez.  lá fora a vida vibrante semente, essencial atrevimento, lança coragem ao disposto recomeço. rosa aprendiz da bela corola flor pétala nutriz ramos oscilam um bailar à aragem poetas do jardim primavera de 2011 rosangela ataíde

menina

aos quarenta a vida tem outro cheiro e um "quê" de recomeço e por isso me sinto menina novamente outra criança ressurge aqui dentro e a vida é isso.... um recomeçar a cada instante um novo "eu " totalmente estranho  já nascido porém um encontro com a criança interior aquela que desconhecemos e habita aqui dentro rosangela ataíde

o tempo de outrora

viajei uma milha do pensar e no campo das neuroses percebi ...antes de recuar lá encaixotada numa estante minha coragem decorava aquele instante distante, distante rosangela a.

Psicanálise

Chorei, chorei a congruência que se parte lado a lado. Chorei com o peito apertado. Olhei, olhei para dentro de mim e sofri com o desmazelo que se revelou em apuro. Olhei  fixamente e vi tudo obscuro. A pergunta era fácil e não soube responder sinceramente com objetividade... Quem é esta que vos fala em revelar? Rosangela Ataíde

Gaza

hoje a Paz mexeu comigo e ela veio com os olhos amendoados pupilas fixas bochechas fofas com um punhado de terra entre os lábios hoje a Paz, eu pude ver! possuía uma rigidez pálida e fibrilava borrou meu rímel esta Paz! causada por estilhaços incandescentes que respingou em minha retina ... hoje a Paz deixou cair um cisco no olho de Deus quando chegou ao céu com os braços cheios de inocentes e a morte estava à seu lado. rosangela a. reeditado

incandescente letra

há um espaço         em mim                um alerta                     que vez                             outra                       centelha                     cria fagulha                    incendeia       e quando abrasado...     escapo por uma trilha uma fresta o que convir no momento não me converto  à deleite     por receio        volto correndo            de facho apagado                     arrefecida                        ao relento                     despejo tudo                em palavras         que entono   vozear e omito emudeço rosangela ataíde

digerindo

Rebecca Coles - borboletas de papel ardo como se arder queimasse minhas costelas e gravetos abrasados espirasse - mas não é nada disso - ardo por engolir lagartas que aqui dentro fazem casulos aí, exalo borboletas ...de várias tonalidades! rosangela a.

aqui

estou aqui e abro a janela para  o dia meus lábios não negam nada nem verdades nem mentiras meus olhos ainda sem miopia alguma cansaram-se e estão cobertos por uma lente Varilux estou aqui seja noite ou dia seja de chuva, de sol ou de sal a via ainda com lama borrando a bainha a rubra cera escorrendo pela face que se enruga cada dia estou aqui sob estrelas mirante ... e percebo só agora - meus pés racharam no caminho. rosangela ataíde

dissoluta

sejam minhas as suas juras mais ordinárias sussurre ao  pé de meu ouvido seu amor e desventuras seja minha flor seja meu espinho em qualquer momento oportuno / propício seja meu deleite onde eu possa esquecer o meu suplício acordar dia a dia sem ter pecado        /ser quase santa        /ser quase morta        /e não ser fria        com pensamentos de Antoniel levar vida de Adélia este suplício dos meus dias  por não ter tropeçado  e em ti deixado  o meu vestígio rosangela ataíde

cuida

René Groebli cuida em observar estas palavras cuida ao possuir meu sangue e alma cuida em revelar o que omito e se acaso descobrir  cuide em segredo e, me conclua... rosangela ataíde

tarde efêmera

no vazio a tarde silencia o  absurdo minha surdez agoniza murmurinhos insanos quem fala comigo quando penso? quem responde? mais vazios  que a tarde no oco da caixa LED que rejeito a todo custo é domingo o meu pensar desertor vaga perdido ponto zero, sons, calor e eu respiro rosangela ataíde

Viés

Foto: Michael Magin pouco sei do nada, pouco sei do oco, ou da vida que segue. não sei tudo, não sei do quanto basta, sequer do cheio ou do vazio. só sei do morno, o meio gasto... do soslaio que aprendi, indiferença ou paquera ? não sei, ainda que me esforce. sei quase nada do que prezo, perco ou relevo. e não quero saber, é verdade. do pouco que sei já sinto náuseas. rosangela ataide

para uma vida

uma vida cabe outra vida e mais outra e outra e quantas outras possíveis vidas uma vida cabe ao corpo que pendura ao ar sua matéria e se sustenta sobre os pés andantes e caminha e segue até que te baste este corpo aste e gasto fique quando os calos não se fecham mais quando não basta a essa vida seu destino e segues para outro plano deixando o corpo deitado para trás

bla bla bla

cortar laços romper os liames para não adulterar a alma nem abater a carne não destroçar os músculos nos ósculos das tardes se esvaziar daquilo que não se crê resíduos fragmentos de mentiras no ranger dos dentes salivares que nos contém seja aos berros! ou na morte em vida de quem te corrompe a lida cortar laços todo ele que nos destrói cada dia um pouquinho cada dia mais. rosangela ataíde

artilharia

se acaso a palavra me bastasse não miraria teu peito alvo minha mira é um fracasso mas enxergo bem, obrigada minha artilharia é pesada ...a respiração é que me trai a cada sílaba disparada e você, perverso não pára quieto em minha reta abordagem rosangela ataíde

tempo em fuga

o tempo faz a rotina faz a loucura dissipa a neblina traz a fúria... o tempo traz as queixas, a pobreza ou a fortuna, inevitáveis são as rugas. o tempo leva à neura, leva à fleuma, leva as madeixas o tempo dizem que não existe é só expectativa de quem não desiste e segue  perdendo ou ganhando... pessoas, doenças tempo, tempo, tempo... Rosangela Ataíde

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