Sussurrar palavras aleatórias em páginas digitais... ninguém as ouve. A cursiva está abandonada no velho caderno de espiral... Quem as lê? Talvez no sepultar, alguém as busque para um epitáfio decente e breve - imagino - De que valem as ideias em tempos de ausência de sentidos, em que tudo evapora é líquido e inflamável? - cuidado com a bala perdida, - cuidado com as áreas de risco, - cuidado ao dizer adeus ao menino Seria a vida a nos escapar pelos dedos, ou a lançamos fora, fartos dessa humanidade, humanamente infeliz e adoecida? Apagam-se os rabiscos a lápis e o tinteiro está vazio. O livro impresso perde o cheiro e o tato, um pouco do delirar também. Mas isto é só uma teoria. - eu creio - Visto que estamos dispersos, somos ocupados virtuais... E deve ser só isso! Ou guardamos tudo nas estantes antes de queimarem os livros? O passado está guardado atrás do tempo gotejando sobre a mesa uma pintura surrealista. O futuro já é de dedilhar - apenas cliques - E até os pincéis estão secos