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Mostrando postagens de maio, 2020

sóis

Estamos todos sois, Vasos, vazios em busca de algo que nos valide, nos complete, nos assemelhe. Todos os mesmos olhares sumérios, elos perdidos em meio a multidão. Ao mesmo tempo que somos o 'todo, sóis iluminando o mundo. Seguimos nossa jornada em busca de alívio, Nos entorpecemos de drogas, aventuras, paixões... Sempre uma busca no fim do túnel, uma luz que nos eleve e nos mostre onde podemos mirar o contentamento de existir e sermos individualmente admirados por tal feito. * Mas nós, estamos tão ocupados olhando o desfile de corpos e imagens que batucam nossos pensamentos, admirando outros universos, mas nunca a nós mesmos. Devo dizer - sem nada que nos agrade de verdade - Que sequer percebemos o que se faz presente, e o desprezamos deixando de lado o que nos tornava íntimos, unos... Eu diria até felizes por estarmos juntos e dividir o almoço sobre a cama. E eu já nem posso olhar para frente quando diante de sua 'tela de hipocrisia, te firo e desbravo se

cartas que ele não lê

eu não desgrudo o pensamento das tardes em tua casa.  o cheiro do pão no forno,  o cheiro do bolo,  o cheiro do sêmen impregnado no seu quarto de tatame.  tudo misturado ao nosso perfume que muitas vezes compartilhamos. o teu cheiro permanece grudado em minha pele,  nas minhas vestes, narinas  e na minha memória que falha quando cismada faço birra. eu fico pensando até onde chegamos sem romper,  embora eu tenha ido tantas vezes, e tantas vezes tenha voltado aos teus braços, com a cara mais lavada possível. e você tão corajoso ainda me abre as asas e um sorriso moleque, de quem não fez nada.  isso quando não toca Der Kommissar, justamente naquele momento em que estou destilando... meu fel, meu veneno. e rimos juntos de nossos teatrinhos sobre a cama. ok, eu sei o quanto sou tóxica em minhas exigências banais,  e me assusta pensar o dia que você se cansará disso tudo,  mesmo com a sua parcela de toxidade fingidamente neutra. ME ASSUSTA saber que não estou 100% limpa do meu acúmulo de

Cotidiano

amor dieta de engorda,  cigarros, analgésicos, ansiolíticos e vitaminas... - o tempo se alonga  enquanto eu, dilacero dias. no vai e vem do sol poente, nas ondas do mar batendo  entre o concreto e a areia. nas demarcações das páginas que vibro ou ainda,  nas sombras opostas  das imagens que crio... - todo entorno do que vivencio cabe uma nota, um delírio,  umas linhas. assim reciclo a vida, mesmo que vá me esvaindo nos insanos afazeres de minha via... meus vestígios  estão fincados nas palavras, as que ficam na ponta da língua estremecendo minha voz e que teimam... virar poesia. rosangela a.

a fraqueza de hoje, pois estou triste

escrevo sobre as sobras do cotidiano  enquanto prendo os cabelos que teimam o desalinho. o poema tem pressa mas tem que ser formatado dentro das alucinações que crio em meu mundo alegórico, tão cheio de arquétipos. o poema quer ser parido e eu preciso expelir este amontoado de palavras entaladas na garganta, por isso fico calada quase um ostracismo. eu durmo em posição fetal por dias até que não reste nada aqui. nada além de palavras insanas e dela surja alguma poesia, ou algo similar que possa conter o monstro sedento que habita em mim. rosangela a. ilustração Silvia Pelissero

território

vivemos a demarcar espaços. por natureza humana, por urgência... ego? seja direito ou não; seja honesto ou não. queremos o espaço, o redor, o envolto. às vezes distante. às vezes intrigante somos ilhas encalhadas a espera de feedback, nem que seja de uma marola... um tsunami que nos assuste, quando nos deparamos com o mais dominante, o mais forte, o indomável... ou o silêncio? ( não sei se temo o estrondo ou o silêncio). [pausa] até mesmo no sexo, o domínio, o total usufruto quando num embate ambas as partes são dominantes o que era para ser belo, torna-se violento, enigmático, quente... te aquece? na verdade somos apegados a couraça de nossa pele, predadores de nossa Terra a qual somos parte... Pérolas? precisamos de espaço, seja no teu corpo, ou mente, seja no seu habitat. seja você animal, bicho, insano... ou sejamos todos instinto? por isso, combatemos nossas verdades, depreciamos nossas virtudes, amarguramos nossas derrotas. mergulhamos inconscientes no mar d

amar você

o amor é uma via rota entre jardins... ou um rasante de drones em oceanos distantes. um atentado ao pudor! talvez seja assim amar, quase um homicídio. e quando um dos lados insiste mais que o outro já não é amor, é tempo perdido. o amor ainda tem este lance... beijar teu lábio! uma ida ao precipício, um abismo que se estende entre meu batom e tua glande. apaga a luz amor, deixa o teclado no tatame, esquece o controle e mira bem o efeito. me marca a pele, tem meus resíduos sob tuas unhas, me tatua a alma com teu sorriso. mas cuidado! o amor tem tempo de risos, mas... ele tem fome, ele tem sede... ele tem espera e necessita carinho. o amor tem este espinho de expectativas criando sombras na parede ...e tem uma tomada úmida em que te desafio colocar o dedo. se queres um amor, tira os pés do chão e voa, mas se não... condena-te a uma vida de vazios e estrelas reluzentes sempre em partida. rosa

íntimos

às vezes fazemos amor com palavras. carregados por toques, - sem penetrar corpos, apenas minha língua bailando no céu de tua boca. só é permitido penetrar fundo nas coisas que sentimos. não foi de imediato que percebi que assim fazemos amor de verdade quando tiramos as máscaras do pudor, as vestes de nossas mentes e fitamos olho a olho nossas verdades contadas em nossas histórias de vida. o gozo é certo quando rimos ou ainda quando eu mais emotiva, embargo a voz e marejo os olhos e você usa seus dedos para secá-los de qualquer tristeza atrevida. o amor tem nuances desconhecidas... uma palavra preliminar, um corpo a deriva, um suspiro aflitivo de quem não sabe o que dizer tendo muito a contar. o prazer de saber ser feliz do nosso jeito, até cairmos adormecidos com os pés entrelaçados... totalmente íntimos. rosangela a .

artesão

em minhas mãos um cessar de verdades,  uma promessa,  um punhado de mentiras... eu me vejo na olaria das minhas fantasias alegorias passadas a limpo plastificadas e talhadas em madeiros e barros que envernizo carpinteiro de palavras, eis o poeta... este que transforma a dores e as alegrias da vida. rosangela ataíde

insano

sabe estas idéias plantadas na caligrafia da carne? experiências permanentes, esquizofrênicas alheias que dentro deste corpo ausente faz morada sem licença, ou aluguel que pague por este espaço que não delimitei esqueci, não tive tempo. tem este mundo que não me pertence tão imaginário delírio que me cerca e me contamina fazendo-se evidente quando entristeço tem esta mentira que vivencio descontente, mas insisto optei por ela não por burrice, nem por tolerância exagerada por falta de amor próprio? talvez mas certa é a piedade. tem esta desvalorização dos sentimentos da fé, de tudo que acredito... e ainda vejo tudo desmoronando sobre minha cabeça e tem esta mania que é minha de não pedir ajuda enquanto grito SOCORRO rosangela ataíde

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