sóis


Estamos todos sois,
Vasos, vazios em busca de algo que nos valide, nos complete, nos assemelhe.
Todos os mesmos olhares sumérios,
elos perdidos em meio a multidão.
Ao mesmo tempo que somos o 'todo,
sóis iluminando o mundo.

Seguimos nossa jornada em busca de alívio,
Nos entorpecemos de drogas, aventuras, paixões... Sempre uma busca no fim do túnel, uma luz que nos eleve e nos mostre onde podemos mirar o contentamento de existir e sermos individualmente admirados por tal feito.

*

Mas nós, estamos tão ocupados olhando o desfile de corpos e imagens que batucam nossos pensamentos, admirando outros universos, mas nunca a nós mesmos.
Devo dizer
- sem nada que nos agrade de verdade -
Que sequer percebemos o que se faz presente, e o desprezamos deixando de lado o que nos tornava íntimos, unos... Eu diria até felizes por estarmos juntos e dividir o almoço sobre a cama.

E eu já nem posso olhar para frente quando diante de sua 'tela de hipocrisia, te firo e desbravo seu espaço.
Já não dividimos nem mesmo o gosto agradável de estarmos juntos, e o toque tornou-se automatizado... Isso quando presente.

Só que eu não consigo me contentar com pouco. E vejo o quanto você está atento ao cardápio fedido oferecido de graça na mesma tela maldita que me faz baixar a cabeça.

Eu sou admirável! É o que penso, para compensar o sentimento de não ter seu olhar atento.
Meus pés estão distante
andando em círculos,
um pouco doloridos, calejados
perdidos numa estrada sem vegetação.
E eu estou triste...
Pois não sei se volto.

rosangela a.

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