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Mostrando postagens de dezembro, 2018

Testemunha ocular

Quando o vi pela primeira vez, o dia já era aurora e entoava no céu um mesclado de azul e laranja. Havia nele um aspecto soturno, brilhante.  Suas roupas - um casaco preto combinando com a noite fria, começava contrastar com o chapéu urbano preto e suas luvas de couro - a medida que  avançava o novo dia. E caminhava determinado até o Beco das Primaveras onde encontrou um sujeito tipo andarilho, sem camisa e gelado.  Embora não ouvisse suas vozes, eles brigavam e o sujeito andarilho estava aflito e gritava. Em frente ao ponto de encontro havia um monte de areia. Se não me engano cerca de um metro. Eu não havia percebido a pá, até que ele a pegou... E sem franzir a testa, ou contorcer os lábios... mas com muita determinação e força começou a golpear o andarilho em sua cabeça com a pá de obra. Observei atenta, ele cobrir o homem - agonizante - com a areia e a pá, com a qual atentou sobre a vida do pobre.  Assustada, corri! E hoje, este homem me segue, por este beco escuro. E o

lagartixa amputada

imagem da net sofro de amputação e ainda sangro mês a mês como fosse gerar civilizações (outras partes minhas) e não anseio outros partos o amputado volta ao barro no silêncio do túmulo mudo, mudo e eu grito SAUDADE! rosangela a.

qual?

qual é a pena? a pena a pena a pena que me delata a pena que me descreve a pena que me condena rosangela ataíde

infinito

  infinito...                               o infinito prova                               que ao desconhecido                               não se delimita           por isso           não me cabe           a morte e necessito                               de um céu                               que me -trague de uma eternidade que me engula rosangela ataíde My Love Letter - images - rouge

o que vale?

One summer day caminhas entre as vias de um existir tão distante do que anseia se desdobra por um mar que alcance os pés a areia e por onde pisa há margens de outros vai a mangues a lamaçais a entender... a vida vale a lama que borra a bainha e o sangue correndo nas veias rosangela a.

poesia noturna

hoje a poesia gritou comigo. fez um estardalhaço, soou como quando o ocaso escapole e tudo vira negrume, quando tudo pisca, sinaliza, se acende... lanternas afogadas penduradas no firmamento da noite. hoje a poesia bateu bateu na minha cara marcou minha pele e nem doeu rosangela ataíde

alívio

um desejo sufocado não se exauri cresce no pulsar do pensamento, invadindo e despedaçando o peito o contentamento do desejo mais secreto faz arder as veias no tormento e quando tudo aflora  a carne vibra em desfastio  e o desejo explode... um grito contido na alma a pele reflete o que se vai no pensamento pede alívio, porém incoerente  pede tormento! rosangela a.

m_ld_d_

penso esta palavra oculta a palavra inculta que se diz  substantiva surrada  tão gasta esta vândala que me cala ...indizível! penso na palavra  nua tão crua carne desvendada entre dentes salivares que me rasga a pele e me morde até sangrar  não, não eu... as gengivas daquele que me engole rosangela ataíde

guerre-ar

estou em sítio por este alarme sitiada no pulsar do sangue na veia pulsa o corpo do tanto querer ser possuído deixo exposto meu desejo; minhas pernas à deleite; a boca à roçar o lábio despudorado; - o seio arrepio - estou em sítio (e) sitiada por este cio rosangela a.

Calado

navego contra a maré quando te vejo a meia-nau. o coração náufrago dispara neste mar de vaidade... fuga de me ver dentro do mar de teus olhos. uma miragem. auto sabotagem? uma coragem extravagante? meu medo é o mar de teus olhos e eu  transbordo neles, embora você evite este Calado mesmo que me sinta ao Pontal da vida, pairando ao teu lado. eu navego nos teus olhos todos os dias, tendo a sensação que você me iça a alma contra o vento. sigo neste mastro... eu te sigo na tela mental desta ideia  platônica de me-a-mar rosangela ataíde

devora

a alma que todo corpo move numa uma luta erótica lasciva desigual onde saciado no seio o desejo ac/alma —  e eu te trago e te engulo e eu te alivio e te seduzo e eu te condeno ...a querer mais da vida que te envolve eu te condeno a gula rosangela ataíde

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