o corpo do poema é a palavra: curta, pouca, torta, erguida ou deitada. o poema é o corpo dado a palavra o corpo da sombra é a luz. esta que torna visível, num flash, num golpe de lucidez, esta que delimita as nuances e seus tabus... a luz é o corpo da sombra. o corpo do vulto é o volume. seja vivo ou morto, seja o seio devasso delírio, o vulto que te assombra é volume. o corpo da água é o espaço. seja pequeno ou vasto, contida num copo, seja qual for a forma, ela se assume... ela é água. o corpo do corpo é a alma. sendo ela essencial, necessária ao movimento. o vendaval interno que nos rege, mesmo quando contida, a alma é o corpo do corpo. rosangela ataíde