era o vento

Agnes Cecile

era o vento
viajante insensato
que corria afoito
as cercanias do tempo 

trazia em mãos um cendal
e esbofeteava em minha árida face
sua coragem

e era o mesmo vento
o errante
impetuoso
trazendo estrondo
como a voz de um berrante

e era ainda eu
sem brida
(in)sensível
mirante da vida
que passava aguerrida
tragada por este vento

sentia-me folha a bailar
- que no cessar da ventania
crescia sem notar
em meus trilhos
o eco estampido
dos meus sentimentos

rosangela a

Comentários

Postagens mais visitadas deste blog

Os Despossuídos de Corpos

interno e final

O CONTO DE UM ESPETÁCULO SEM GRAÇA - Roteiro