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Mostrando postagens de junho, 2022

Povo em Cárcere

  Quem mandou matar o índio?  Quem mandou matar a feminista?  Quem mandou matar o gringo? O indigente? Quem mandou matar? De fome, de sede, de doença, de assassínio? À queima roupa, bala perdida, tiro de misericórdia no meio da nuca, falta de oxigênio na viatura, calibre 40 na chacina, intramuscular de cloroquina... Quem alinhou a mira? Quem puxou o gatilho Na urna eletrônica apertou, confirma? Quem foi que mandou te matar? Quem foi que mandou matar a gente? rosa a.

espaço caiado para poetas

espaço caiado para poetas artistas dos mais variados tipos... os ditos loucos, os de boca maldita. bêbados, marginais, excluídos? aos que dizem o que pensam quando o que se pensa é imenso, e diz-se mais que uma parede caiada comporta. e escorre, em filetes de cal, color jet, acrílicos, cartazes entre os vãos... rasuras, letras, rabiscos, lágrimas, sangue, instinto. quando o artista grita em muros, em paredes, outdoors e megafones... é que muito do que foi dito, foi negado ao ouvido. ouve só o que te digo! rasga-se o verbo nas rachaduras do tempo em via pública, na parede caiada do cabaré antigo está escrito... talvez um alerta aos prostitutos que nos negam a cultura, a arte e os livros... meus Deus!  onde estão os livros? rosa a. Foto: Moema Branquinho

entalado

  amar é cuidar, é ter zelo. amar é se deixar afetar pelo objeto de amor, por isso, amar é ter afeto! tudo clichê, e para ficar mais clichê não podemos esquecer aquela pergunta excelente... já se amou hoje? fácil é divagar sobre amor em palavras, poetas figirão que não, mas é fácil. difícil é o olho no olho, tête-à-tête, o cheiro, o pulsar, o respirar. mas as dificuldades do amor não se dá só no campo dos amantes, se dá também na nossa própria existencia. quantas vezes respirar é difícil? quantas vezes existir é insuportável? quantas vezes nosso corpo e mente estão cansados? quantas vezes não podemos anestesiar? confesso que ando carente de amor próprio. uma vez assistindo um pastor evangélico pregando sobre depressão, ele  narrava um encontro com um médico que frequenta sua igreja e fiquei empacada nesse relato. foi mais ou menos assim a conversa: - Estou cansado, fui dormir às 4 da manhã pastor. - Mas o que aconteceu meu filho, para vc ir dormir às 4 da manhã? - Eu estava fechando o

A redenção da vida é a vida

Criamos formas contraditórias de viver, não é mesmo? Muitas vezes como uma forma de fugir daquilo que almejamos de fato ser. Como uma mea culpa para não nos responsabilizamos por nossas falhas que são tão certas quanto nossos êxitos. Como quando temos um determinado potencial, mas por algum motivo ou vários, não nos julgamos capazes de termos maestria ao realizá-lo. Nos julgamos muitas vezes medíocres (mas todos em certo grau somos). Nossa família, amigos, a sociedade, a política pode nos talhar a viver no banal, ou ao avesso dos nossos sonhos, ou pior que isso, pode acontecer de você simplesmente realizar alguns de teus sonhos, ou até o maior deles e no instinto de autossabotagem, destruir aquilo que se obteve e com isso o que há de essencial em nós. Propósitos! Então, começamos a viver no instinto de redenção, simplesmente para se perdoar pelo que não se viveu. É como buscar no externo uma tábua de salvação por não nos perdoarmos por nosso sonho abandonado, pois o vemos como um gigan

poema

comece o poema deixe escorrer a letra formate engome engula vomite costure, arremate mate a fome sacie a gula cada letra - dite peça um poema à lá carte um poema guardanapo no estilo Carpi trace a linha imaginária escreva algo digno ou que seja cretinice mesmo que se contradiga e ainda cause espanto fotografe o poema prato grave em xícaras e venda em algum magazine o poema livro que se chame pelo nome eu me chamo... eu em chamas eu me vendo ... o poema capital eu me mato! e o poema? vou escrever minicontos. rosa a.

João e Maria

  podemos correr o risco! a claridade do sol abrindo trilha entre os espigões da cidade queimando as retinas, mostrando o caminho de nos aventurarmos rumo a uma estrada nus, num carro conversível. podemos correr o risco! traçar a faca nos punhos, pacto de sangue - meninos. traços finos de tatuagens toscas coloridas que se complementam entre um corpo e outro, o meu ao teu. abrir sulcos entre palavras usando asteriscos. eu me prometo... você se promete... deixar nossos vestígios por aí... restos de fogueiras, sêmen, pelos pubianos em colchonetes de acampamentos... sabonetes? correremos o risco, o traço, a linha, o rastro que nos ata e desata o mundo inteiro de nós... universos! veja bem... começaremos meio punks, um pouco rajneeshs, hippies quem sabe? até nos tornamos xamanistas numa selva onde ao invés de bruxas deusas nos serviriam seus chás doces delírios. e girassóis, apenas os girassóis seriam nossas bússolas rumo de volta à luz. e quando a noite chegar a lua tornará prateada nossas

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