A redenção da vida é a vida
Criamos formas contraditórias de viver, não é mesmo? Muitas vezes como uma forma de fugir daquilo que almejamos de fato ser. Como uma mea culpa para não nos responsabilizamos por nossas falhas que são tão certas quanto nossos êxitos. Como quando temos um determinado potencial, mas por algum motivo ou vários, não nos julgamos capazes de termos maestria ao realizá-lo. Nos julgamos muitas vezes medíocres (mas todos em certo grau somos). Nossa família, amigos, a sociedade, a política pode nos talhar a viver no banal, ou ao avesso dos nossos sonhos, ou pior que isso, pode acontecer de você simplesmente realizar alguns de teus sonhos, ou até o maior deles e no instinto de autossabotagem, destruir aquilo que se obteve e com isso o que há de essencial em nós.
Propósitos!
Então, começamos a viver no instinto de redenção, simplesmente para se perdoar pelo que não se viveu. É como buscar no externo uma tábua de salvação por não nos perdoarmos por nosso sonho abandonado, pois o vemos como um gigante.
Parece papo de autoajuda... Não é. Ao menos não é minha intenção.
Mas me incomoda desperdiçar tanto tempo em coisas ou causas aleatórias enquanto posso estar correndo atrás do que de fato desejo. Me incomoda ver meu próximo sendo talhado a não realizar o que quer, ou acreditando que quer algo que não se quer de verdade, por puro tabu, indução, ou pior... por cegueira... vaidade? Por não se ver de verdade?
Que triste!
Triste também reconhecer isso aqui dentro. Só que agora, estou descobrindo isso de redenção, ou melhor... de rendição! De me render ao que de fato quero. Ou de me abster do que não quero, como coisas e relações gastas, corroídas, movimentos aos quais fui condicionada a seguir. Sabe gramas no campo que crescem todas na mesma proporção? Eu não sou grama, aliás estou mais para um pé de cannabis plantado criminalmente no meio desse campo, onde está para começar uma partida e o jogo é interrompido, campo interditado para perícia. Quero é alucinar, entendeu?
Análise!
Eu estou entendendo e quero te contar sobre isso de se ter uma boa relação consigo, de se perdoar, de tentar. Vi um meme que dizia em outras palavras... "Me mandaram sair da zona de conforto... Eu quero é entrar nela", talvez a gente consiga entrar, quando pararmos de tentar carregar o mundo nas costas como quem carrega uma cruz, apenas para fugirmos daquilo que a gente quer de verdade.
Penitência!
Certo dia me perguntaram que filme marcou minha vida. Eu respondi "Precisamos falar sobre Kevin", esse filme mudou minha vida, ao mudar minha percepção de culpa e penitência. Não posso me responsabilizar pelos atos alheios, principalmente quando meus sentimentos são reais e bons. Se alguém decidiu partir? A decisão é de quem parte. Eu perdi? Sim, a cada partida eu perco algo, mas ganho em liberdade, acaba a servidão ao que se foi, ou liberto talvez... hanho em conhecimento de vida, e do que é o humano, e no que ele é capaz por prepotência, babaquice.
Piedade!
"Quero cantar só para as pessoas fracas
Que tão no mundo e perderam a viagem
Quero cantar o blues
Com o pastor e o bumbo na praça
Vamos pedir piedade
Pois há um incêndio sob a chuva rala
Somos iguais em desgraça
Vamos cantar o blues da piedade
Vamos pedir piedade
Senhor, piedade
Pra essa gente careta e covarde
Vamos pedir piedade
Senhor, piedade
Lhes dê grandeza e um pouco de coragem
Pra quem não sabe amar"
rosa a.
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