espaço caiado para poetas



espaço caiado para poetas

artistas dos mais variados tipos...

os ditos loucos,

os de boca maldita.

bêbados, marginais, excluídos?

aos que dizem o que pensam

quando o que se pensa

é imenso,

e diz-se mais que uma parede caiada comporta.

e escorre, em filetes de cal, color jet, acrílicos, cartazes entre os vãos...

rasuras, letras, rabiscos,

lágrimas, sangue, instinto.

quando o artista grita em muros,

em paredes, outdoors e megafones...

é que muito do que foi dito, foi negado ao ouvido.

ouve só o que te digo!

rasga-se o verbo nas rachaduras do tempo em via pública,

na parede caiada do cabaré antigo está escrito...

talvez um alerta aos prostitutos que nos negam a cultura, a arte

e os livros...

meus Deus! 

onde estão os livros?


rosa a.

Foto: Moema Branquinho

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