carne viva



ela tece  poemas
no fiar da pele
que a cobre.

anda abarrotada
nestes dias
fiando sinais de expressões
doridos
e uma cabeleira esbranquiçada
que disfarça em louro cinza.

e o tecer destes poemas laboriosos,
procrastinados,
se alongam tanto
que falta o espaço sobre o fiar
e se derramam então
sobre as ancas
dilatadas.

ela tece poemas na pele
no fiar do tempo que a escarnece

rosangela ataíde

Comentários

Postagens mais visitadas deste blog

Os Despossuídos de Corpos

interno e final

O CONTO DE UM ESPETÁCULO SEM GRAÇA - Roteiro