a fraqueza de hoje, pois estou triste
escrevo sobre as sobras do cotidiano
enquanto prendo os cabelos que teimam o desalinho.
o poema tem pressa
mas tem que ser formatado
dentro das alucinações que crio
em meu mundo alegórico,
tão cheio de arquétipos.
o poema quer ser parido
e eu preciso expelir
este amontoado de palavras
entaladas na garganta,
por isso fico calada
quase um ostracismo.
eu durmo em posição fetal
por dias
até que não reste nada aqui.
nada além de palavras insanas
e dela surja alguma poesia,
ou algo similar
que possa conter o monstro sedento
que habita em mim.
rosangela a.
ilustração
Silvia Pelissero
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