little queen
com uma espada na mão
coberta com um manto
ela se assentou e sentiu
as penas sobres sua cabeça,
um único olho no meio de seu semblante,
a lua sob os pés,
o mar a recuar, os amores submersos,
o desafetos a peregrinar - nomades
na aridez de um deserto
tão serena agora!
cabeça erguida que parece digna
é que lhe ensinaram a não olhar para baixo,
e que por mais atrativo que pareça,
mergulhos em águas rasas
não compensam...
que então ela pressente, quase uma vidente
...ao redor os cálices
derramam o fel
da dor, do bílis após a tequila
que lhe rasgava peito, ardia
rompia carne,
e os olhos encobria de tanto choro e armação pesada
antes,
enquanto estava nua
em qualquer paisagem,
se achava essência...
mas essência é um caminho
longo,
para dentro, e para tanto, gastos em análises!
ela se olhou por tanto tempo
que percebeu a maior nudez é a interna,
por isso essa espada
que tudo corta
adentrou por sua boca
numa limpeza
que a desorganizou,
para que não se distraia
do caminhar se caminhar
com retidão é ser verdade, cara limpa, amor
agora ela descobre que a verdade
não está sob seus pés,
sobre sua cabeça
...mas frontal - a verdade dá as caras
e isso é sobre caminhos e escolhas
quando levitar,
ela deixará o manto sobre o assento
independente do rumo que irá tomar,
é que não lhe cabe nada além da nudez
quando se entrega, mesmo que esteja com meias
ela é verdade, e te puxa
com as pernas para junto... se achegue!
esteja atento, desgrude a face dessas palavras.
você consegue.
ela está quase pronta, tirou até a make...
para quieto, pessoa!
a espada de Vênus quando te mira
não perdoa, nem ela.
sai dessa paisagem?
rosa ataide
Comentários
Postar um comentário