a hora mais fresca
na marginalidade da noite
há os insaciáveis de palavras...eles aguardam a hora mais fresca
carteados,
um lance no olhar atrás das cartas
e a partida combinada
há um pêndulo humano no centro da noite,
um ensejo entre os olhos
e as copas
quem toca-lhe as cordas?
quem desata este nó do dorso
da figura exposta para as espadas,
dos artistas condenados... dos poetas?
é necessário mãos ágeis
provedoras do conhecimento
do fazer e do desfazer - nós
e talvez eles se desfaçam com a língua
que lambe a corda, até roer
mas é necessário...
tirar a mordaça,
soprar o castelo de cartas,
o profundo mirar
nos olhos da noite,
trazer o poema entre os lábios ,
o traço forte no grafite
o corpo tem dentro
a palavra solta que quer sair
há um mistério na noite
que não chega...
e um medo do sol raiar
rosangela a.
Imagem: Tetsuo
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