tu tens uma eternidade




a vida, o amor

em brevidade
em eternidade
aqui
no Espaço

os mesmos Pulsares
sempre uma vivência
no cansaço que nos prova
a capacidade de seguir

talvez sejamos um eco no vácuo
talvez um nada na imensidão

o toque suave
que acaricia feito o vento a face
ou o alagamento do oceano
em todo corpo

não importa
se mergulha
se voa
se tens vida de árvore fincada na terra madre

amor,
vida...
se igualam

só a morte pode chegar perto
mas ao mesmo tempo que difere

cadente no Cosmos
um sopro
que nos arrepia
uma lágrima que nos desce
riscando uma ferida na alma

seja morte da vida
seja o amor sepulto

é que a vida depende do amor
e morrer é processo

a morte é ausência sentida
dói a saudade
dói o que não foi vivido
— e o que não foi sentido
na vida ou no amor
e que de alguma forma se anunciou — é justamente o que não morre

...e só o digo
pois poesia é delírio
e poeta sente muito além — a febre — a faca — o foco
— a fétida chada ardendo aquele que se diz — fera

— tu tens então
uma eterna possibilidade
— tu és então, eterno

rosa a.

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