Urgências




tenho urgências subcutâneas...
mais que táteis!
urgências de emoções.

mas, quero pesar tudo numa balança onde os pratos pendem de uma lado ao outro em justa medida.

e eu fico perdida, 
entende?

minha teimosia me engana às vezes
e eu estou ficando cega. 
talvez não queira ver o prato esfriando sobre a mesa.
talvez não sinta o cheiro do vazio.

acontece que eu não sei reconhecer a pureza.
a preciosidade me escapa aos ouvidos
já que também estou ficando surda.

não temo a tristeza... velha conhecida.
muito menos a solidão, companheira de longa data.

eu temo a brutalidade dos dias vermelhos,
o sol na moleira dos pequenos inocentes,
a indiferença mordaz que me açoita.

eu tenho urgências quase cardíacas
e necessito urgente de um sol que me aqueça a alma, uma fé inabalável para permear a sobriedade de que tudo está bem... uma mão que me levante como acontece logo após o parto

... para que eu respire, chore e me aconchegue num colo quase maternal.
 cheia de Vida!

rosangela a.

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