Id e Ego
por entre o outono que se segue,
caminho entre as folhas ressequidas ao chão.
- o mesmo de outros tantos.
faço barulho, mas ninguém ouve.
- isto lhe é comum?
sigo como num baile de máscaras
entre semblantes desconhecidos.
- e não há nada erótico nisto?
olhamos uns nos olhos dos outros e baixamos as vistas.
é o olhar morto de Psique
desejando beleza em cada olhar que miramos a morte em cada esquina.
- vê esperança no abismo?
o outono segue em seu baile de folhas caídas:
seus olhares incandescentes;
seus pores do sol riscando os céus de Febo;
enquanto Júpiter abala a terra.
eu sigo buscando ter mais que efemeridades,
um punhado de afeto,
um poder confiar no que não vejo.
- limpe as lentes.
ok eu baixo a guarda, pois se ser feliz é aceitar
a mão estendida, o peito aberto, a mão que me acaricia...
neste caso, eu tenho muito por que sorrir
e a morte por esperar.
- e o baile segue.
rosangela a.
Comentários
Postar um comentário