canibalizar-te




teu corpo de água-desejo

de "tantas, tantas" deusas lacunares
a canibalizar-te
onde te digo...
e te consumo
todo
estou à procura do embriagado
de teu contorno
sombra em baixa luz
força bruta que me manipula
num paradoxal, corpo-desejo
sedento - de quê?
te procuro
onde não sei
e te encontro entre as mesmas deusas da lacuna
num aguaceiro, só
e me derramo ao querer dizer-te
- bem te quero
ou te derramas ao querer dizer-me
- bem te quero, também
talvez para apenas te dar
o meu toque em teus cabelos úmidos
em desalinho
- talvez apenas carinho
talvez algo tão quente
que viremos vapor nas vidraças
para que o mundo lá fora
não nos saiba
...te vejo na próxima curva
daquela estrada de mão única
sem retorno, onde ainda não sei
com que roupa me despir
no mesmo ponto de encontro
onde trocamos poemas
e fazemos... um dueto?
tome aqui
um suave beijo...
bom dia, poesia
rosangela a.

Comentários

Postagens mais visitadas deste blog

Os Despossuídos de Corpos

interno e final

O CONTO DE UM ESPETÁCULO SEM GRAÇA - Roteiro