indo em direção ao fim...




sem estricnina
ou forca,

chama alguma...
ainda há ar em meus pulmões.

vou indo em direção ao fim
seguindo a rotina

os dias passam
e todo veneno ingerido
é por não temperar a vida
à gosto
al dente

envenenar-se diariamente
de ira
culpa
obediência
frustrações... malevolências

há um masoquismo
que me leva ao abismo
de morrer um pouquinho a cada dia
por opção

uma eutanásia moral silenciosa

amanhã provavelmente viva
andarei pelas ruas
seguirei a vida
cortando caminho
espreitando a morte

me sinto como
num suicídio coletivo
disfarçado de amor
ódio
e mentiras


rosangela ataíde


rosangela ataíde

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