aquela que não existe



se notas as curvas deste amor

quando enlouqueço e sou tua,

sabes que na tormenta deste cio

seu olho me mira enquanto uivo.


cada gota de teu suor,

me banha e me despe.

os cães envergonhados latem e pedem silêncio.

mas eu vibro compondo poemas,

quase música aos meus ouvidos

e você não os ouve.


eu sou a louca

que te provoca o gozo,

que estremece e quase grita


quando você me deixa nua.

e domina neste jogo

que eu não sei jogar...

não sei lutar contra o que sinto.


as cadelas comprometidas te encantam,

enchem teus olhos

e isto me envenena

me causa ira

que entala na garganta.


além da raiva tem a tristeza

e eu não quero mais

suar meu corpo na fantasia de possuir,

o que não possuo.


ninguém morre de amor,

mas por falta de amor próprio

cometemos suicídio.


eu fico pensando... quantas você

matou aos pouquinhos,

a conta gotas?

e chego a conclusão

que me assemelho a todas elas.


*escrevo miúdo

pois sempre me sentindo pequena diante de tudo que digo


rosangela a.

editado

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