violar-te inteiro, amar-te devagar
eu mordo tuas coxas
mas a carne é dura,
então mordo teu membro ingenuamente,
quase sem querer.
não me culpe por violência doméstica...
não, não!
tenho as marcas de tuas mordidas na nuca
e nos ombros.
tuas unhas tatuaram minhas ancas.
será que um dia sai?
meus cabelos ainda pairam por ai
em algum canto...
nenhum delito até aqui.
delito é o silêncio e raramente silenciamos,
embora eu fale mais que você,
durante a tarde
e te silencie quando abro as pernas
enquanto você distraído se desconserta
e tente rasgar minhas vestes.
ainda sinto você
deslizando os dedos sobre meu dorso
até encontrar os montes de meus seios
e preencher minha boca
como quem quisesse me calar enquanto alucino.
há uma fricção, uma fixação... tesão?
sei lá! cena de tv, cinema pornô ...
com aquelas luzes neon de seu computador
e a sombra de nossos corpos na parede.
mas nada me é mais prezado
que quando você,
interrompe o gozo por mais um tempo
para que se prolongue o efeito do mesmo.
um prazer a mais,
um prazer maior por tentar ser etéreo.
e eternizar o momento.
há algum amor nisto?
eu penso nas vezes em que nada foi corpo,
além dos olhos nos olhos e colóquios verbais.
nos teus cuidados de me manter viva,
nos perdões incontáveis...
nas insanas piadas sem graça em que se ria de doer maxilares
e nos bolos de banana sobre a pia cheia de ratos.
há algum amor?
você tem se alimentado bem?
rosangela a.
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