Dissipando


escovo os dentes 

até que gengiva sangre.


esfolio a pele, 

cada célula morta

pelos ralos 

- vida inteirinha.


alinho os cabelos, 

pinto, descoloro.


engulo poemas,

leio, releio, decoro,

mas cada um deles 

sinto como nó no estômago

que não desfaço,

não digiro

nem quando caminho 

descalça na areia

e os vomito 

para que ondas os apaguem.


rosangela a.



Comentários

Postagens mais visitadas deste blog

Os Despossuídos de Corpos

interno e final

O CONTO DE UM ESPETÁCULO SEM GRAÇA - Roteiro