quase nada
amanhecer suave
ainda que sem voz
as minhas costelas doem
e me alongo
enquanto os olhos pesam
pela claridade da janela
uma aberração cromática
super exposta
cena cotidiana
de acordar ao teu lado
quando possível - aquarela
num dia de sol
giz pastel em dia de chuva
quando impossível
reflexo da mesma tela
só que falta o tinteiro
tudo desbota
e me atrofio
você me joga os travesseiros
me entorpece com este olhar vespertino
se fosse fácil
eu não reclamaria ausência
quando distante
e me torno nada ao teu olho
os percalços me deixam lenta
por querer que o tempo passe
enquanto tudo se arrasta
é como marcha que não se encaixa
freio de mão puxado
longe...
estou em ponto morto
admirando um quadro que não pintei
talvez um outdoor
e não sei a mão que o desenhou
nem o letrista que te escreveu
só
posso falar daquilo que sei
e estou te decorando
enquanto te devoro
com apenas um olho
rosangela a.
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