me concede uma dança?



Eu me dedico bastante nas coisas que faço, principalmente em questões de relacionamento (no geral mesmo).

Inocentemente quando me separei, passei a exigir do mundo reciprocidade. Isso custou uma perda de tempo! O ser humano nunca será recíproco, ele não consegue simplesmente retribuir carinho... E pode ser filho, pai, amigos, amorzinho...

O ego faz com que nosso objeto de afeto se sinta em dívida, então ele tem que sair por cima na relação, pq está fechado no ego. Negar fatos é uma excelente estratégia para isso. Só que é tosco!

Mas eu parei mesmo de esperar reciprocidade quando comecei a pesquisar se toda a afetividade que dedico aos meus não seria meu ego querendo criar "crédito" no mercado. A resposta foi não. Eu sou de fato uma pessoa dedicada a querer e fazer o bem a dar carinho, naquele estilo... Vou fazer um bolo, de banana que é o teu preferido; vou cortar os teus cabelos; quer que corte as unhas de teus pés? E sou assim desde criança. Ou seja, é algo essencial. Mas.... Daí eu resolvi continuar fazendo minha parte. Pois afinal se eu sou de determinada maneira, e o sou em essência, então eu deveria feliz assim... Não necessariamente, a gente sempre espera o mínimo de afeto e muitas das vezes, nossas relações são cercadas de medo, ou melhor... Negligência. Se me dedico e assumo estar neste lado da força, é pq eu quero, eu escolhi isso. Não vou deixar de ser empenhada pq fulano não sabe retribuir ou se sente em dívida, ou pq é um saco de gelo.
Quer que os outros saibam de minha presença - pois eu estou presente ( queira ou não eu estou aqui), Bora! Não quer... Fod@-$3. E continuo feliz, ou tentando ser.

Eu montei uma estratégia, para não ser feita de boba, ou ao menos para tentar. Estou num Baile!

Continuo afetiva, dedicada e feliz. Mas... Estou trabalhando no processo de dar aquilo que recebo. Tá foda olhar isso como num espelho. A gente sempre dá. A gente sempre recebe. Mesmo que não seja do jeito ou no sentido que a gente espera.

Então estou tentando me conter em dar na mesma medida que recebo. Isso sem sufocar aquela essência de quem "Ahhh... Toma aqui meu peito aberto, meus afagos (como uma boba da corte)!!!" E olha, não é fácil. Eu tenho chorado bastante, eu tenho pensado demais, eu tenho baixado as rédeas e como quem cavalga e controla tudo nas coxas, na respiração e na firmeza da direção que optou. Eu estou centrada... Minha respiração parece um baile que segue.

E como num baile, ainda tenho que estar atenta aos convidados... Aos que se excedem, as necessidades daqueles mais acanhados, aos ilustres, aos que nem foram convidados e como boa anfitriã, tenho a certeza de que tudo fluirá perfeitamente "perfeito".

Mas o papel de bobo da corte deleguei ao outro e percebi que ele tem comitiva de bobos.



Bem vindos ao baile! A máscara é essencial aos convidados e aos funcionários da casa. Os Bobos já as usam por força do hábito.

Me concede a honra da dança?

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