bem vindo a máquina
ninguém consegue
mirar espelhos de vidro
com moldura de madeira
as águas dos rios turvaram-se
diante de Narciso
que agora sorri
diante uma lente 16MP
dos olhos vibrantes
escondemos os lábios
as bocas solitárias
estão atrás das máscaras
tocar
em faces coradas
exige película protetora
dedos insessantes
fugidios
faces de outros hemisférios
dentro de cada olhar um mistério
ninguém consegue
controlar a máquina
evoluir além dela
significar potências
relacionamentos de intimidade
só nos resta imaginar
- arrepios
- temperaturas acima de 36°
- os cílios piscando
sobre nossas dermes
- conversas recheadas de amorosidade
por horas a fio
- olho no olho
que o magnetismo da Terra nos proteja
e nosso wi-fi não caia
Deus me livre pensar numa tempestade solar
logo no início da era de Aquário
rosangela a.
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