cerração




não vejo nada

e o que há a 50m é inexplicável

apenas teoria de um lago de águas tranquilas

apenas a certeza da limitação de meus olhos



não vejo nada

e o que não vejo torna-se incógnita

apenas minha mente pairando em alucinações do que deduzo

apenas a certeza de que confiar no silencioso me causa estranheza


não sei onde amparar meu corpo

quando a cegueira me invade

tem dias que ele pesa de cansaço

e me falta o ar quando pairo os olhos sobre o teu tão aquecido e nu,

e úmido...

e contorcido, teu dorso sobre o meu

me traz alívio


por não ver nada

torci meu pé ao me deslocar de um ponto ao outro

não tenho firmeza por onde caminho

é incerto o amparo ou a mão aquecida

mas ainda conto com ela


uma névoa branca me cega além de minha miopia

e minha esperança de realizações se apagará quando o sol nascer novamente


já passa da meia noite

e o vento começa a dissipar a neblina


a cegueira persistirá além dela

.


rosangela a.

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