Mãe de dois guris
olhar atenta a margem da página em branco
enquanto o chá esfria,
a criança no chão
não perde tempo e se lambuza do desinfetante debaixo da pia.
corro e grito socorro
enquanto penso em afogar a criança.
no hospital os doentes desfilam nádegas em camisolas azuis,
os médicos cansados,
anêmicos e famintos
prescrevem receitas, alimentos, repouso que eles não praticam.
volto para casa,
a criança faz birra.
amanhã o tempo finda.
não li nada
e não escrevi nenhuma linha.
rosangela a.
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