habitada
olho atenta a margem desta nota em bits
o ponteiro pisca - alguma letra?
nela não cabe quase nada do que sinto,
do que penso, ou do que digo em face.
apenas uns versos que alinho
ao entendimento do que é viver,
poesia sem rima alguma.
falta de espaço
meu sangue ferve nas veias
minha mente se revira em vórtices
nos caminhos que poderia seguir
e por teimosia nem insisti.
vagueio entre nuvens
nenhuma palavra bastaria hoje
- fúria, agonia -
não são medidas...
mas descabidas
rotas que levam aonde não sei.
eu sou educada
até quando me oferecem o fel na bandeja
e ainda bebo lentamente.
exclamo em alguns versos
a fera louca que me habita e quer sair
de certo poderia mudar o tempo
o clima desagradável,
evitáveis talvez.
está tudo torto,
mas nesta nota
fica tudo formatado, bonitinho
aos olhos de quem lê
...se é que temos tempo.
e se chover, o provedor cair,
alguma tempestade solar alcançar a Terra...
não se preocupe.
esta nota esquecida
será limpa na memória cache
ao desligar o processador.
rosa a.
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