vampirescos

 



a noite que cala os exaustos,
não cala
os insaciáveis 

a noite que ronca,
a noite que ventila/dores
em quartos escuros, cortinas cerradas...

a noite de vielas vazias,
de puleiros petrificados,
de extenuados canis

se faz em gritos
aos loucos atentos,
aos de pele e carne 
atribulados
que piscam os olhos arenosos

a noite destes
não cala nem por uma distração

reverbera vertigens
pálidas
em gélidas faces úmidas e
ruborizadas pelo
tic tac das horas
sem fim

geniais, singulares 
mortais ou não,
os pertence as letras
o vinho, os narcóticos,
o entorpecer que os afaga

e se raiar o sol
o resquício noturno
dissolve 
as arestas,
o pavor de se olhar
as olheiras no espelho retrovisor

a noite não cala
para os que tem sede de sangue,
olhos de vidro,
supercílios arqueados,
os que vestem preto

mas

...isso não é sobre os cruéis
ou sobre selvageria,
nem sobre pneus deslizando
asfalto, rachas das madrugadas

isso é sobre/humano,
é boemia 
ou pode ser mal de prosa não dita
pode ser de poesia essa gente,
pode ser de amor!

nada cala diante desses
angustiados da alma
.

rosangela a.

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