há um formato de brisa que roça a face do poeta,
toca suave e por onde passa enrubesce,entoca no lábio ressoante
quase sempre um sussurro
com os olhos perdidos
distantes,
a respiração lenta
quase um trotar de pensamentos...
e eu não sei, qual palavra se abriga nestas linhas
que o faz poema,
ou se o poema se faz como onda, brisa, trote...
é o poema estado de fluxo, consciência?
a vida a passar diante o poeta, que não sabe ver apenas,
mas quer dedilhar a alma de uma flor, ou do barro que a nutre, ou ainda a água que a rega?
onde se contenta o poeta?
onde ele encerra o poema?
será que se desconcentra?
eu o faço...
e te declaro poemeu
me deito contigo
toda noite
e não és meu, por seres meu amor.
até que estejas pronto,
não sei para onde vais, e às vezes você me irrita
és apenas um tanto de palavras que se contorcem
e acontecem, se esbarram, se entrelaçam
e tecem essa renda vazada
que deixa o sol entrar suave
e dá direção ao vento
este mesmo que roça tua face a camada mais fina de entre eu e você,
pois é na pele que sempre esbarramos com os limites e ainda assim
sem permissão, nos invadimos e evadimos do nada
e ao mesmo nada posso perguntar o quanto quiser
... eu sei, ninguém sabe a resposta
eu te entrelinho, eu te sublimo, eu te renego às vezes
eu te declaro carta fora do baralho e te tiro as palavras
quase uma madrasta má
rebelde, te tranco dentro e quando o faço...
me quebro toda por dentro
...pois sou outra, quando em contos, sou como uma dama da noite que rasteja na lama, masca chiclé nas esquinas, nua e crua pedinte.
você não, você me arrebenta e me remonta
eu te estrago quando rabisco no capô de teu carro
em rouge batom, meus sentimentos e te denuncio amante
...depois voltamos a vibrar nas linhas de qualquer trilha nefasta,
ou auspiciosa via
e saio sempre cheia de vida pois de ti me vejo viço
e vais sempre probo, pois de mim sempre tens o mais imaculado afeto
e não sei se você me poesia...
ou se eu... eu te poemo, mas
poesia comigo... eternamente,
(a poesia e o poeta)
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