lord

 


estamos à fazer renúncias ao nos darmos às palavras

essa é a última vez que olho estrelas aqui de cima deste poema sem métrica ou rima, quando a cidade se apaga e só há as luzes da orla
por segurança, estarei de agora em diante a olhar as estrelas pelas frestas da poética

tenho uma lacuna que não se completa...

ela me faz pensar demais nos riscos, afinal é um poema, e se tropeçar nas palavras, os danos serão irreparáveis... insanos saltos - digo

falo sempre de distâncias, de amores impossíveis, de desejos narcisistas, da beleza que há no amor, que devo parecer uma fera louca, sem direção... flecha a vazar o alvo na mata, isso sim, talvez

recito em atrevida voz alta, poemas de uma alma elegantemente máscula que não assume a poesia que traz dentro, e que talvez não se afete comigo, mas me toca com seus versos e, como as chuvas de outono encharcam as tardes, ele me encharca corpo, alma e assim as palavras ...eis aqui!

...o saberá meu Lord?

rosa a.

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