veloz, voraz
há um fluxo de desejo em mim
que como um barco que corta a praia
parece vagaroso em seu desbravar
sem licença
ou que eu espere por ele
pirataria de alto amar, digo
um crime?
não há evidências dele. não
passa por mim
se instala aqui
e me leva algo
sou eu aquele barco, indo...
é meu corpo de maresia aquele adeus
sou eu minha mente submersa em delírios
que insiste em dizer amor
o que deveras não é
nem por essas ondas se atreve
aquele barco já corroído
de fato não existe aqui
tão insano ou pleno em sensatez
não o sei
...mas me atravessa
o corpo, faz onda, pequeno cais
e parte
leva meus nadas
é que não sei o que de mim se vai
...deixa um nada dele na doca do meu peito
é que não sei explicar, o que em mim fica dele
mas vai ao mais profundo de meu ser e vejo
riscar o céu
lampejou
Rosa
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