camarim 1-2




quem se arrisca encenar a fera, a ferida cicatriz?

roubar a fala do que digo

...do que dizes?

viver o drama, a chama a gana...

de ir-se, e fim.


suportar quando cerram as cortinas...

o espelho do camarim

quem se arrisca dizer de nós?


***



não sou atriz...

mas sou poeta mirim

que engatinha em versos tontos, brancos e nulos

poema algum _digo


limpo a cena da face com creme

a lâmina da faca, afio

da degola, do crime,

da poesia... desisto


cada vez que recito no vazio 

do espelho teus poemas mais frágeis e, viris

queria...


_o gosto da sua poesia de entrelinhas doces

na minha língua

dá para catar tuas lágrimas em cada átona

quando as digo_


sim, queria elas 

átonas e tônicas, entrelinhas

escritas para mim


mas não sei o ritmo


rosa

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