força motriz
as coisas estão fora da caixa
está tudo fora de órbita
o dia não anda
na madrugada o sino toca
não durmo!
o tempo estático
nada sai do lugar
além das árvores bailando
a maré que sobe
a maré que baixa
as nuvens
a constelação que alterna
e eu
estacionada em uma palavra
primeira
o foco
pisca o ponteiro de digitação
um desafio
ou o fio no desenrolar de uma colcha
que já nasce puída pelo desgaste
não respiro
não como
até que o poema nasça
sou eu
sou nada
sou nós
sou onde habito
cidadã universal perdida no espaço
é o vazio
e o excesso
estou em mim
dispersa, aérea
profunda
tão nua quanto a flor
mas sinto frio
então, não tiro as meias
estou em estado de poesia
diante da tela Led que me cega
e o parto nunca acaba
já tenho quase dois mil filhos
alguns abortei e os vi na lixeira
alguns eu perdi
...
Rosa
Imagem e palavras
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