no azul onde cintila o dia


em alguma desordem
no azul onde cintila o dia

alguém me olha
escondido
me despe e teme minha nudez
pressuposta

pois
em alguma desordem
nas cores que habitam o dia

eu me mostro e me rasgo
- um outdoor que não se vende

*

minha nudez é um labirinto

e minha pele
um mar de afagar
vendavais

em alguma desordem
me sinto indigna
desse azul
mas finjo ser
um cardápio a se degustar
cru

em alguma desordem
alguém opta pelo cinza
e pelo contraste
tendo todas as cores disponíveis
- morre de medo de mim,
com razão

... em alguma desordem nós feras
não sabemos
quem é o caçador perverso da aldeia
quem é a caça em noites de lua cheia

em alguma desordem
fica suspenso
o verso

talvez eu,
talvez você,
talvez nenhum dos nós...
talvez¿

rosa ataíde

 

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