um talvez... um, quem sabe? um nada dito


aquilo que dizemos
ao nos contradizer
reafirma certa ternura
a que nos envolve
a que nos negamos viver
e a memória
escapa num abraço
de corpos de fervor
sobre uma cama rígida
no mormaço
de um quarto encharcado de libido
que se rememora
nos dias de vento e chuva
e nos envolve a lembrança
por insistência da impermanência do tempo
que insiste o que ainda não vivemos...
um talvez...
um, quem sabe?
um nada dito
e que não se encerra
pois da vida que é brisa
não sabemos e não arriscamos
dizer
e isso nos faz possíveis
redemoinhos
vento que rodopia
chama que dança
e fagulha
brasas ardentes
relutantes contra
a chuva de nossas peles
rosa a.
Imagem: Acehz


 

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