após cerca de quatro livros de interiores que te escrevi
encerro aqui
meu caderno de oferendas
enquanto o mar recolhe todas as flores
sortidas entre marés
lançadas ao rio
e a lua me ri
um riso largo e crescente
não há lamento
apenas alegria
e o coração sereno
de ter tocado
o Sol
ao rasgar com barcas floridas
o oceano
ao me escrever
na linha negra que divide
Céu e Terra
abro a escotilha
com amor
sincero
ou que poderia
ter sido
mas me escapa como um cometa
pipa
de rabiola comprida
linha partida
um pássaro blue
corta o céu
pousa e me mira
o que vê?
em meu coração lampejos...
minhas mãos
marcas de cerol
estilhaços de vidro
me toca?
meu nome gravado
entre nuvens
que dissipam
... respire.
Rosa
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