Vitor Shimomura Missiva A você, que vou chamar de Pessoa, mas que é meu ator social diante à impossibilidade de dar-lhe nome, ou de fazer de ti um ator ficcional dada à realidade e ao fato de o ator ter a possibilidade de voltar de seus personagens, o que não lhe é permitido. Te faço Pessoa pela necessidade que tens de ser no mundo... Tal como você a claridade do dia me acorda quando às seis da manhã, eu em meu corpo e mundo de diversas cores, vejo o sol formar pela janela um halo, aquele halo onde nota-se a poeira baixando no ar se destacando entre a luz, e me atrevo a chegar mais perto e a observar meus dedos sendo iluminados por esses raios que as gotículas de água formadas pelo sereno da noite, criam cores... um arco-íris entre eu e a janela. E assim faço parte desse élan vida, e observo atenta o dia se dar... novo início. Mas em meu mundo, que diverge do teu, volto a dormir e sonho, sonhos impossíveis. Alguns nasceram durante à noite, outros virão ao mundo no decorrer do dia. Al...
minha letra é sutura perfura a carne e cura parece cerzir remendos de certo nos iguala na dor não sou eu a divergência em ti não sou eu tua ferida, tua dor mas sou eu a oscilante ferida em mim minha letra é rasura risco no papel ranhura um traço agudo no M o oculto encapsulado no O o corte dilacerante do R uma cruz de sacrifício no T a anarquia rebelde da letra A mas tem algo pelo qual grita minha letra a coisa oca e louca de prosseguir... VIVA! e viver é sentir dor e alívio o gozo perfeito a cabeça zonza enquanto se salta ao outro ponto do tecido exposto papiro viver é ir-se é tear com as cordas disponíveis te puxa e espreme te afrouxa te trava te afaga aquece o corpo depois vaza no puir do uso e das águas que te lavam das impurezas do ser até que te tornes pó da pele da Terra crosta rosa a.
“O CONTO DE UM ESPETÁCULO SEM GRAÇA” ROTEIRO DE ROSANGELA ATAIDE “O CONTO DE UM ESPETÁCULO SEM GRAÇA ” 1° ATO INT: CIRCO - NOITE Começa o espetáculo, malabaristas, domadores, trapezistas circulam de uma lado ao outro do picadeiro. O público alterna entre risos e espantos diante às apresentações dos artistas. Assume o picadeiro um homem grande, com vestes brancas e penduricalhos coloridos em tons quentes e ao mesmo tempo com um toque de carta de baralho de tão magro e branco... eis o narrador, O PALHAÇO, junto a ele, uma criança, triste, com os olhos cheios de lágrimas. PALHAÇO Respeitável Público! (...) Em uma noite assim como esta bela noite, perdido em um Circo numa cidade esquecida, uma criança por volta de seus 5 anos encara um dos maiores desafios de sua vida. Eu poderia dizer, pobre criança, mas a criança apesar de sua baixa estatura e pouca idade, devo-lhes dizer... Contraria as expectativas e se mostra grandiosa, ela grita, ou tenta algo parecido, ...
Comentários
Postar um comentário